sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Expedição de Mapeamento do Açude Castanhão


Ferro de Engomar localizado em uma das Casas submersas no Açude Castanhão. Foto: Leonardo Hislei. 

Mergulhadores, 

Teremos mais uma Dive Trip para o Açude Castanhão! Experimente a sensação de mergulhar em água doce, sem balanço, sem mareação e com boa visibilidade! Não fique de fora dessa! Venha localizar casas submersas! Nesta Dive trip iremos localizar uma antiga fazenda que fora engolida pelas águas! Faça parte do Projeto de Mapeamento de Casas Submersas do Açude Castanhão! 

Seguem informações:

Pré-requisitos para Dive Trip

Ser certificado Open Water (nível básico), por qualquer certificadora.

Cronograma da Divetrip 

14/12 - Sexta 
  • 19:00 - Saída de Fortaleza p/ Jaguaribara (Briefing dos Mergulhos durante a Viagem)
  • 23:00 - Previsão de chegada em Jaguaribara
15/12 - Sábado 
  • 07:00 - Café da manhã
  • 08:00 - Saída p/ 01 Mergulho de Ambientação (Flutuabilidade)
  • 11:00: - Almoço
  • 13:00 - Saída p/ 02 Mergulhos na "Fazenda" (Navegação e Busca e Recuperação) 
16/12 - Domingo 
  • 07:00 - Café da manhã
  • 08:00 - Saída p/ 02 Mergulhos nas Casas (Profundo* e Embarcado)
  • 14:00 - Retorno p/ Fortaleza
*Apenas para Avançados

Incluso

Transporte Fortaleza - Jaguaribara - Fortaleza de microonibus com total conforto e segurança
Hospedagem em quarto com ar condicionado e café da manhã
05 Mergulhos Guiados (01 de praia e 04 embarcados)
Lanche durante os mergulhos
Equipe treinada e divertida

Aproveite para fazer seu curso avançado com mergulhos no Açude!!!


Cronograma do Curso Avançado 

Dia 19, 20 e 22 aulas teóricas
Dia 21 prática da piscina
Dias 14/12 ao 16/12 Dive Trip Castanhão para mergulhos do curso


Investimento

Mergulhador Certificado R$ 545,70 em 2x.
Mergulhador em Treinamento (Dive Trip + Curso Avançado PADI) R$ 1.290,70 em 1+3.
Não-Mergulhador R$ 255,70 
Aluguel de Equipamento R$15,00 por peça durante a trip (colete, regulador, roupa ou kit básico)


Não Incluso

Alimentação
Lanternas (Recomendado)
Equipamento de Mergulho Autônomo (Incluso para alunos do curso avançado)

Vagas limitadas! Não fique fora dessa! Ligue agora (85) 8744-7226 / 9764-6553 ou envie um email para mardoceara@gmail.com !

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Expedição de Reconhecimento ao Açude Castanhão


Mergulhador junto a um Cacho de Cupim submerso no Açude Castanhão.
 
 O maior açude do Ceará chama-se Castanhão e fica a 280 km de Fortaleza. Foi construído a partir do represamento do Rio Jaguaribe, o mesmo que desagua próximo a Aracati, no litoral leste do Estado. A construção do Castanhão foi cheia de controvérsias. Isto porque uma antiga cidade chamada Jaguaribara foi completamente submersa pelas águas do grande açude. 

Esta cidade estava bem fincada no cotidiano daqueles que moravam naquela região. No entanto a cidade fora completamente destruída para que suas estruturas não prejudicassem a qualidade da água. Até o cemitério fora completamente transplantado. Tudo foi levado para a nova Jaguaribara, uma cidade planejada para abrigar aqueles que perdiam suas lembranças. A cidade foi palco para a morte de Tristão Gonçalves Alencar Araripe, filho de Barbara de Alencar e um dos líderes da Confederação do Equador, movimento separatista ocorrido no início do século XIX.

Hoje o Castanhão é literalmente uma fonte de vida, suas águas abastecem toda a região principalmente em períodos de seca. Criações de peixes, pesca esportiva e agora o mergulho autônomo se aproveita de suas águas claras. Claras sim, pois a visibilidade gira em torno de 5m horizontais o que proporciona um mergulho confortável. A temperatura da água fica na faixa do 28 graus. A vegetação original que ainda se mantém com seus os galhos apontando para cima agora sendo colonizada por uma nova flora submersa. Tudo isso transforma o mergulho em um surreal passeio pela caatinga submersa. 

Existem barcos que fazem o transporte de passageiros entre as margens e podem ser fretados para pesca esportiva ou mergulho. Mas deve-se ter cuidado com a entrada na água quando mergulhando embarcado justamente pela antiga vegetação, saltos e rolamentos devem ser realizados com cautela.

Mergulhamos na Pedra do Jaburu seguindo uma sugestão dada por nosso amigo e anfitrião Marlon. Foi um mergulho na caatinga surreal, com direito a cupins submersos e tambaquis avistados diversas vezes em formações rochosas que afloram das águas e submergem até os cerca de 18m atingidos por uma das equipes. Depois seguimos para um segundo mergulho nos arredores de viveiros de tilápias a convite do Marlon. Bem interessante conhecer as estruturas utilizadas para o cultivo dessas espécies.

Depois de um bom almoço fizemos mais um mergulho próximo a barragem. Seguimos a margem e observamos suas formações rochosas. Alguns peixes foram avistados pelas equipes. Neste local não havia vegetações somente pedras e um susto: uma rede de pesca rudimentar parcialmente esticada e totalmente submersa, mais uma armadilha da pesca fantasma.

Essa foi a expedição de reconhecimento para o Projeto de Mapeamento de Construções Submersas do Açude Castanhão! Quer Participar? Deixe seu comentário!
 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fauna Marinha Cearense - Salema



Nome Científico:  Anisotremus virginicus

Nomes comuns: Salema, Salema branca, Frade, Ferrugem

Status internacional: Não Ameaçada.

Distribuição: Atlancico ociendal, da Florida ao sudeste do Brazil, incluindo Golfo do México e Caribe.

Habitat: Recifes, de 2 a 30m de profundidade.

Tamanho: Médio 25cm / Máximo 41cm.

Descrição: Corpo listrado com amarelo e prata azulado. Possui duas listras pretas na cabeça: uma vai da boca a parte superior do olho e a outra na altura das guelrras. da nadadeira dorsal a nadadeira peitoral.

Peso: Máximo 930gr.

Dieta: Se alimenta a noite de moluscos, equinodermos, crustáceos e anelídios.

Curiosidades: Muito como nos recifes da Pedra da Risca do Meio e naufrágios da região.

Fonte:
FishBase

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fauna Marinha Cearense - Peixe Pedra



Nome científico: Scorpaena plumieri

Nomes comuns: Peixe Pedra (Ceará), Peixe Escorpião(Sudeste), Mangangá (Bahia);

Distribuição: Na costa oeste do Atlântico de New Jersey nos EUA ao sul do Brasil, incluindo Antilhas, Caribe e Golfo do México.

Habitat: Peixe recifal encontrado em recifes submersos de 5 a 60m.

Tamanho: Máximo 45cm.

Descrição: Possui três barras escuras verticais na nadadeira caudal, várias tonalidades de marrom e pontos brilhantes na parte de trás de suas nadadeiras laterais.

Dieta: Alimenta-se de pequenos peixes e crustáceos;

Curiosidades: Muito comuns nos recifes da Pedra da Risca do Meio e do litoral do Ceará como um todo. Permanece imóvel camuflado no fundo. No dorso possui espinhos com veneno que pode causar dores e fortes inflamações. Recomenda-se cuidado.

Fonte:
FishBase
Humann, DeLoach; Reef Fish Identification - Florida, Caribbean, Bahamas; 3a Edição, New World Publications, Inc.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Frete Rápido Tony - Pontualidade e Segurança!

Frete Rápido em Fortaleza - 8733-1882 / 9996-1968

O mergulho é uma atividade em que se depende inteiramente de equipamentos. E não são poucos os equipamentos que usamos: cilindro, colete, regulador, cinto de lastro, máscara, nadadeiras... a tralha é grande! E para garantir que nossos equipamentos estarão seguros e pontualmente nos locais de embarque contamos com mais uma parceria: Frete Rápido Tony!
Em qualquer hora do dia ou da noite Frete Rápido Tony é garantia de pontualidade e segurança na entrega dos seus bens! Há hum ano Tony firmou parceria conosco e nunca nos deixou na mão. Nesse parceiro o Mar do Ceará confia! Em Fortaleta ou Ceará!

Precisou de frete liga pro Tony!
  
Frete Rápido Tony 8733-1882 / 9996-1968 / 3264-4868

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Fim da Temporada de Mergulho




Saudações amigos, colegas, mergulhadores e demais!

Nos últimos meses fizemos excelentes mergulhos, formamos dezenas de novos mergulhadores, exploramos e conhecemos um pouco mais desse nosso mar maravilhoso!

E o que pra nós é mais gratificante é termos apresentado essas belezas submersas para muitos. Acreditamos que ao mostrar o quão rico é nosso mar criamos uma consciência ambiental que deve ser passada adiante.

No entanto entramos na temporada de ventos intensos que assolam nosso litoral de agosto a janeiro. Visando somente o conforto e principalmente a segurança de nossos mergulhadores e amigos entraremos em recesso a partir de setembro com previsão de retorno para a partir novembro de 2012. 

Estamos as ordens para quaisquer informações através do nosso email ou telefone!

Abraços molhados!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Naufrágio do Pecém: o afundamento do navio inglês Baron Dechmont e do submarino alemão U-507


SS Baron Dechmont que futuramente viria a ser o Naufrágio do Pecém

O início da década de quarenta foi difícil para os homens do mar. Navegar pelos mares do globo se tornara muito perigoso. Como se não bastassem as dificuldades corriqueiras da vida marítima, havia então a guerra e os submarinos. Navios mercantes circulavam pelo globo transportando as mais diversas cargas. Seus tripulantes se despediam das famílias com a incerteza de uma jornada duvidosa. O perigo estava na guerra e nos submarinos alemães que agiam como corsários, torpedeando e afundando navios mercantes que muitas vezes transportavam civis inocentes. O medo estava no imaginário popular.
O Capitão Donald MacCullam
em seu navio

O SS Baron Dechmont
O capitão de marinha mercante, Donald MacCullam, filho de Duncan e Catherine MacCullam, nasceu em Glasgow, Escócia em 1900, mas viveu sua infância e juventude na pequena e rochosa ilha de Tiree, a oeste de sua cidade natal. MacCullam era um homem de princípios: casou-se em novembro 1934 com sua primeira e única namorada. O casamento fora adiado até que ele pudesse comandar o seu próprio navio, o Baron Dechmont. Sua esposa Christina teve que esperar um mês até que o navio do seu futuro marido retornasse de uma viagem para que pudessem realizar a cerimônia. Sua primeira e única filha veio ao mundo nove meses após o seu casamento.

O Steamer Ship ou "navio a vapor" Baron Dechmont foi fabricado em 1929 pelo estaleiro Ardrossan Drydock & Shipbuilding Co, na Inglaterra e tinha, portanto, 14 anos de serviço. Seus motores triple expansion foram fabricados por J. G. Kincaid & Co Ltd. Era um navio grande e robusto do tipo three islands – três ilhas, localizadas na proa, meia-nau e popa. O Baron Dechmont também era um DEMS Gunner, sigla em inglês para “Navio Mercante Equipado com Armamento para Defesa”, e estava equipado com uma arma de grosso calibre localizada na popa da embarcação, mas que não chegou a ser usada quando deveria...

Canhão de Popa ainda no lugar
Em meados de novembro de 1942 MacCullam supervisionava o carregamento do seu navio para cruzar o Atlântico. Sua carga era carvão mineral e coque – este último é um tipo de combustível derivado do carvão – ambos extremamente importantes para o esforço de guerra. Seu porto de destino era Recife, Pernambuco, na América do Sul. A viagem seria dividida em dois trechos: no primeiro, de Liverpool até Nova Iorque onde SS Baron Dechmont navegaria sob escolta do comboio de prefixo “ON-150”. Em seguida navegaria até Pernambuco. 

O navio partiu carregado no dia 1º de dezembro de 1942 de Barry and Milford Haven, Inglaterra e chegou à Nova Iorque no dia do Natal. Sua tripulação era composta por 44 homens sendo eles o Capitão Donald MacCullam, oito homens responsáveis por operar o canhão de popa, e 35 oficiais e marinheiros.

Por incrível que pareça durante a viagem os submarinos foram um receio secundário, pois uma forte tempestade atingiu o comboio. Sua estada em Nova Iorque deve ter sido curta, pois apenas nove dias depois de aportar o cargueiro já se encontrava ao largo do Ceará, sem escolta e sendo seguido de perto Undersee boat 507.

O U-507
O Undersee boat 507, ou simplesmente U-507, foi um submarino importante para a história do Brasil e um dos responsáveis por seu ingresso na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Em agosto de 1942 este submarino veio para a América do Sul em sua terceira patrulha com a missão de fazer “manobras livres” contra navios brasileiros. Como resultado, cinco navios brasileiros foram afundados em menos de três dias, num total de sete navios em seis dias (os brasileiros: Annibal Benévolo, Baependy, Araraquara, Arará, Itagiba, Jacyra, e o sueco Hammaren).


Seu comandante o Capitão de Corveta Harro Schacht, era um excelente estrategista. Começou sua carreira em 1926 comandando cruzadores de pequeno porte. Apenas em 1937 entrou para a marinha militar alemã, comandando seu primeiro submarino em outubro de 1941. Devemos ter em mente que os submarinistas eram a nata das forças armadas alemãs e hoje poderiam ser comparados a astronautas em uma guerra inter-estelar devido ao fascínio que representava a vida sob a superfície do mar.

Harro Schacht esteve envolvido no controverso incidente com o navio SS Lacônia em setembro de 1942 após as manobras na costa brasileira. Carregado com civis e 1.800 prisioneiros de guerra italianos, o Lacônia foi torpedeado por engano pelo U-156. O submarino italiano Cappelini e os alemães U-156, U-506, U-507 resgataram não apenas seus aliados italianos como também soldados e civis britânicos e poloneses. 

MV Oakbank
Meses depois desses acontecimentos o U-507 partiu para sua quarta patrulha e novamente veio para a costa brasileira. Deixou o porto de Lorient na França em 24 de novembro de 1942 para onde retornou logo em seguida, e apenas no dia 28 partiu novamente pela última vez. Um mês depois, no dia 27 de dezembro, Schacht encontrou sua primeira vítima, o britânico MV Oakbank foi torpedeado a 200 milhas do litoral norte do Ceará, seu capitão e mais um membro da tripulação foram feitos prisioneiros.

Aprisionar capitães e oficiais mercantes era mais uma tática de guerra. Levava um tempo considerável para treinar novos oficiais mercantes e estes detinham informações estratégicas precisas sobre muitos países aliados. Os capitães de submarinos foram orientados a sempre que possível fazer prisioneiros os comandantes das embarcações afundadas.

O Ataque
No dia 3 de janeiro de 1943, logo após o pôr do sol, um zumbido estranho seguido de uma forte explosão deve ter ressoado nos ouvidos de alguns tripulantes do SS Baron Dechmont. O ataque pegou todos de surpresa, o canhão de popa nem chegou a ser armado. Já estavam tão próximos da costa que podiam ver o contorno do litoral. Sete vidas se perderam no ataque: algumas na explosão e outras pela a agonia do afogamento. Muitos ficaram feridos. Logo após o ataque o submarino que observava à distância aproximou-se dos náufragos. Um dos tripulantes alemães perguntou em inglês quem era o ship master e após se apresentar MacCullam foi interrogado. Provavelmente ainda em seu bote salva-vidas negou-se a revelar sua carga e porto de destino e foi levado prisioneiro para dentro do submarino. Na manhã seguinte 36 náufragos chegaram à praia com vida e foram recebidos pela população local e encaminhados às autoridades.

Três dias após este ataque - 06 de janeiro de 1943 - outro submarino alemão, o U-164 era afundado por cargas de profundidade no litoral norte do Ceará e se tornava o primeiro a ser afundado no litoral brasileiro.

O U-507 seguiu seu caminho rumo leste onde cinco dias depois do último ataque encontrou sua última vítima, o também britânico SS Yookwood afundado ao largo do Rio Grande do Norte. Seu capitão também foi levado prisioneiro, chegando a quatro o número de britânicos a bordo do U-507. Ser prisioneiro a bordo de um submarino alemão durante a segunda guerra mundial era uma experiência assustadora e extremamente desconfortável. Depois disso o submarino rumou para noroeste. Provavelmente passou ao largo de Fortaleza por volta do dia 10 ou 11 de janeiro. 

Foi no dia 13 de janeiro que o U-507 encerrou sua quarta patrulha após 47 dias no mar. O Tenente Aviador Lloyd Ludwig e sua tripulação decolaram no dia 2 de janeiro para dar cobertura aérea a comboios aliados entre Natal e Belém durante dez dias. Logo após a primeira decolagem, avistaram três botes salva-vidas repletos de sobreviventes, provavelmente do Oakbank. Após dez dias voando entre as bases de Belém, Fortaleza e Natal receberam a informação de que um submarino estava seguindo um comboio no litoral norte do Ceará. 

O momento do ataque
O U-507 estava à espreita de mais uma vítima. Os aviadores norte-americanos decolaram de Fortaleza em busca do submarino que fora avistado no litoral norte cearense. Após algumas horas de vôo localizaram e atacaram o submarino com quatro bombas chamadas “cargas de profundidade”. Após o ataque não foram avistados sobreviventes ou destroços e a tripulação só ganhou crédito por ter causado poucos danos ao inimigo. Só após a guerra foi confirmado o afundamento do submarino naquele ataque.

Junto com a máquina alemã pereceram os quatro prisioneiros ingleses.

Algumas dezenas de anos depois estas histórias distantes nem parecem realidade. Muito menos parecem ter acontecido aqui, em nossa terra. As marcas são poucas, alguns livros, algumas memórias, mas as provas estão no fundo do mar. Milhares de toneladas de metal retorcido jazem nas profundezas do Atlântico Sul. Algumas em profundidades inatingíveis... outras estão debaixo dos nosso olhos.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Naufrágios da Enseada do Mucuripe e Ponte Metálica

Naufrágios da Enseada do Mucuripe, Fortaleza-CE. Clique para Ampliar

Como qualquer zona portuária diversas embarcações naufragaram na Enseada do Mucuripe. Segue abaixo uma pequena listagem de naufrágios recentes.

Vapor "Cearense"

Cearense, 1897 - Provavelmente uma draga (embarcação usada para retirada de sedimento do fundo) que deu nome a localidade "Poço da Draga". Seu registro está nos arquivos da marinha bem como sua posição. Trata-se de um navio de mais de 100m de comprimento, possui duas caldeiras, mas sua estrutura está desmantelada. Agrega muita vida marinha mas o mergulho é complicado devido a baixa visibilidade da água na maior parte do ano.

Madeira e cravo de bronze do Rose

Rose, 1897 - Embarcação de casco de madeira que foi recentemente identificada. Trazia uma carga de barris e estes podem ser vistos petrificados após anos submersos. Sua ancora, corrente, cabrestante (usado para suspender a ancora), e cabeços de amarração podem ser observados.

Naufrágio da Ponte, ? - Embarcação com casco de ferro naufragada junto a Ponte Metálica que foi recentemente soterrada por obras da prefeitura que desconhecia a sua existência. Em imagens de 1906 partes do navio já aparecem em fotos de época sugerindo que o sinistro ocorreu antes desta data. Tem cerca de 50m de comprimento, leme, hélice, e outras estruturas podiam ser observadas bem como vida marinha presente no local. Hoje dificilmente identificaremos essa embarcação a partir de estudos da mesma.

Torre de Sondagem, 1932
Torre de Sondagem, 1932 - Restos de uma estrutura que possivelmente trata-se de uma torre usada para sondagens (verificação do tipo de fundo, profundidades, etc) durante o planejamento da construção do Porto do Mucuripe. Esta torre ficava sobre uma plataforma flutuante naufragou em 1932 não sendo recuperada. Durante mergulhos realizados em 2008 localizamos partes da antiga estrutura sobre o Recife do Meireles.

Acidente vira manchete

Avião T-33, 1967 - O avião caça modelo T-33 da Força Aérea Brasileira caiu durante demonstrações da semana da asa em 22 de outubro. A ponta da asa tocou a superfície da água enquanto o piloto executava uma manobra a poucos metros da praia em frente ao clube Náutico. O avião despedaçou-se e o piloto morreu. Acreditamos que restos da aeronave ainda encontram-se no fundo.

Beny naufragado em 1969
Beny, 1969 - Naufragou no dia 18 de janeiro enquanto ancorado para reparos no Porto do Mucuripe. Transportava um carregamento de sal quando chegou do Maranhão seis meses antes. Pela manhã o navio começou a adernar para bombordo. Sua tripulação alijou a carga mas não foi suficiente e no dia seguinte o navio naufragou completamente. Hoje é possível avistarmos partes de sua estrutura (lateral de boreste) fora d'água mas as condições de mergulho são difíceis.

Amazonas adernado
Amazonas, 1981 - Navio cargueiro naufragado em 02 de novembro. Trazia uma grande carga de madeira e conteiners com todo tipo de produtos: eletrodomésticos, televisores, relógios, roupas, peças de cristal, etc. Vinha fazendo água a caminho do Porto do Mucuripe quando adernou à boreste e naufragou. Nos dias que seguiram o sinistro a carga se desprendeu do navio e derivou. Alguns conteiners encalharam nas praias da Leste-Oeste sendo estes saqueados pelos moradores do local. Fato curioso é que alguns saqueadores se machucaram seriamente ao tentar subir nos conteiners pois estes batiam contra as pedras do quebramar com a força das ondas.

O Rb "Sucess" à esquerda e o Mara Hope ao fundo
Mara Hope, 1985 - Era um petroleiro fabricado na Espanha que explodiu e estava sendo rebocado para desmonte pelo rebocador chamado Sucess II, quando este teve problemas. O Mara Hope foi ancorado no Porto do Mucuripe quando se soltou das amarras durante a noite e derivou cerca de 2 milhas antes de encalhar em frente ao Hotel Marina Park. Foi totalmente retalhado a fim de se aproveitar todas as peças e metais.

Naufrágio do Aterrinho, ? - Casco de ferro naufragado a seis metros de profundidade próximo ao "quebramar do lido". Sua registro é desconhecido. Segundo pescadores trata-se de um barco de pesca que se soltou das amarras enquanto era transportado para o estaleiro da Inace. É similar ao casco que atualmente encontra-se encalhado na Beiramar ao lado do quebramar do Aterro.

A balsa Bravamar parcialmente naufragada

Bravamar X, 2009 - Balsa de transporte de carga desprovida de propulsão naufragou em agosto enquanto era rebocada. Após diversas tentativas de reflutuação a balsa permanece no fundo a 10m de profundidade.



terça-feira, 12 de junho de 2012

Dive Trip Cangaceiros em Abrolhos




Organizamos uma super viagem para voces! 


Oferecemos uma Dive Trip para Abrolhos com direito a muitos em naufrágios, noturnos, mergulhos em 4 dias a bordo de luxuosas embarcações com tudo incluso (excerto bebidas alcoólicas)! A data da expedição "Cangaceiros em Abrolhos" será de 24 a 27 de janeiro de 2013!


Temos 21 vagas que serão divididas em duas luxosas embarcações. Partiremos de Porto Seguro com destino a Abrolhos onde iremos desfrutar dos mergulhos, ilhas, passeios, e a experiência de permanecer a bordo por alguns dias que já paga a viagem! Quem sabe avistamos alguma baleia, hein?


Serão 08 mergulhos diurnos, 03 mergulhos noturnos em 4 dias com alimentação e hospedagem inclusos! Imperdível! Vamos encharcar as escamas!!!

E para aqueles preocupados com a mareação não se preocupem pois os mares baianos são mais tranquilos!

Investimento:
Pacote Embarcação/Mergulhos/Hospedagem/Alimentação R$ 1.700,00 (em até 7x através de depósito bancário)
Traslado Porto Seguro/Caravelas/Porto Seguro R$ 130,00
Taxa do Ibama: R$ 81,00

Um pequeno aviso: metade das vagas já estão ocupadas!

Ligue agora ou nos mande um email!
(85) 8744-7226 / 9764-6553

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Ponte Metálica - Imagens e Curiosidades




Ainda com piso de madeira (1900's).
Em 1900 através do decreto No 3.602 passa para encargo do Governo as obras do Porto do Ceará, cuja empresa contratada para o serviço chamava-se Ceará Harbour Corporation Limited.

Em 18 de dezembro de 1902 foram iniciadas as obras desta Ponte que serviria de viaduto de desembarque. A princípio era de ferro a armação e de madeira o piso que depois viria a ser substituído. Por sua armação de ferro recebeu o apelido "Ponte Metálica". 
Em 1906 após sua inauguração.

Era ali que embarcavam e desembarcavam passageiros e cargas. Estes eram transportados em pequenos barco até seus navio que ficavam ao largo devido a baixa profundidade do "porto". Na ponte existiam trilhos que serviam para facilitar o transporte de cargas pesadas até os grandes guindastes que as desciam até seus barcos. Era dotada de escada móvel mas não oferecia a menor segurança a seus passageiros.
Assoreada em 1908.

No dia 3 de janeiro de 1904 os estivadores da Ponte Metálica entram em greve por não concordarem com o alistamento obrigatório para a Marinha de Guerra. Foi chamado o Batalhão de Segurança para obriga-los a retomar o trabalho havendo um sangrento confronto com mortos e feridos.
Durante a reforma na década de 20.

Em 26 de maio de 1906 a Ponte Metálica entra em operação para servir de porto para a capital. Foi o 4o trapiche que Fortaleza conheceu, sendo o 1o em frente ao antigo seminário. Funcionou por cerca de 10 anos mas deteriorou-se pela maresia.

Em 1921 o DNOCS que na época chamava-se Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS) iniciou reformas na Ponte. 


Final da década de 20.
Em 28 de fevereiro de 1928 foi reinaugurada com o nome de Viaduto Moreira da Rocha em concreto armado sua construção foi supervisionada pelo engenheiro Francisco Saboia de Albuquerque.

Funcionou fim da década de 40 quando entrou em atividade o Porto do Mucuripe.
Década de 30.

Uma estatua com o busto de um homem (provavelmente Moreira da Rocha) foi recentemente encontrado ao submerso no fundo do mar ao lado da Ponte. 



Ponte Metálica em 1946.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Fauna Marinha Cearense - Mero


Nome Científico: Epinephelus itajara

Nomes comuns: Mero, Merote (pequeno), Garoupa, Canapú.

Status internacional: Criticamente em perigo!

Distribuição: No Atlântico Ocidental da Florida ao sul do Brasil, incluindo Caribe e Golfo do México; Atlântico Oriental do Senegal ao Congo, sendo raro na ilhas Canárias

Habitat: Estuários e próximo a recifes e naufrágios, a uma profundidade média inferior a 46m chegando a 100m.

Tamanho: Médio 150cm / Máximo 250cm.

Descrição: Espinhos dorsais (total): 11; Raios dorsais (total): 15-16; Espinhos anais 3; Raios anais : 8. Cabeça alongada. Nadadeiras anteriores menores que as toráxicas. As bases das nadadeiras anteriores, posteriores com manchas claras en sua coloração verde escura.

Peso: Máximo 455 kg.

Dieta: Se alimenta basicamente de crustáceos, principalmente a lagosta. Mas também pode se alimentar de tartarugas, peixes e até arraias.

Curiosidades: Um peixe dócio apesar do seu tamanho, não se assustando facilmente na presença de mergulhadores. Pode emitir sons, como "estouros" para afugentar predadores. São avistados com certa frequencia em grandes naufrágio no Ceará.


Fonte:
FishBase

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Patrimônio Submerso é Esquecido - Diário do Nordeste


Remédios, Macau, Bragança, Titanzinho e o Avião do Bandeirantes são alguns dos naufrágios registrados no litoral cearense que permanecem pouco explorados historicamente. Além desses, registrados nas fotos acima, existem ainda dezenas de naufrágios que seguem esquecidos no fundo do mar.

publicado no Diário do Nordeste
por Luana Lima
em 22.04.2012


Não existe no Ceará nenhum projeto que objetive resgatar e preservar o patrimônio submerso do Estado

Conhecer os mistérios do oceano é privilégio que poucos desfrutam. Para a maioria, trata-se de um mundo desconhecido, que fascina pela beleza e infinidade de espécies marinhas. Outro segmento que atrai a curiosidade de mergulhadores são os naufrágios. Apesar de não estarem visíveis, eles fazem parte do patrimônio histórico da cidade e guardam importante fragmento da história local. Mesmo assim, não existe no Ceará nenhum projeto que objetive resgatar e preservar essa cultura submersa.

De acordo com o Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), existem 76 naufrágios catalogados no Ceará, sendo 12 em Fortaleza. Entretanto, ressalta Marcelo Soares, professor do Labomar e vice-coordenador do curso de Ciências Ambientais, este número deve ser bem maior, pois não existe no Estado nenhum profissional especialista em mergulho arqueológico, assim como nenhum curso de graduação em arqueologia nas universidades públicas e privadas.

Naufrágio Macau, Fortim, CE
Ao mesmo tempo que surge uma demanda de arqueólogos formados para atuarem em arqueologia de contrato - vertente que se consolidou com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (001/1986), o qual obriga a elaboração de estudos arqueológicos em área sujeita à destruição por obras que causam impacto ambiental -, existe uma defasagem de profissionais nessa área no Estado.

A Universidade Federal do Ceará, por meio do Labomar, em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a operadora de mergulho Mar do Ceará realiza de 23 a 28 de abril um curso de extensão em arqueologia subaquática. Soares explica que a ideia possibilitar aos profissionais que trabalham na área de mergulho a atuar como arqueólogos. "Tem regiões que ainda não foram exploradas e já estão sendo degradadas", alerta.

História destruída

Foi o que aconteceu na Praia de Iracema, onde um navio datado de 1908, naufragado ao lado da ponte velha, próximo à Ponte dos Ingleses, foi soterrado em dezembro do ano passado por toneladas de pedras para a construção de um espigão. "É a mesma coisa que derrubar um prédio histórico", compara Marcelo Soares. A intervenção faz parte do projeto da nova Praia de Iracema, da Prefeitura de Fortaleza.

A Coordenadoria de Projetos Especiais e Relações Institucionais e Internacionais (Cooperii), responsável pela obra, afirma que foram realizados todos os estudos necessários de batimetria e mergulho na área, inclusive pelo Labomar, e não foi encontrado nenhum impedimento para a construção do espigão. O órgão informa ainda que outros dois espigões estão previstos no projeto, na Rua João Cordeiro e na Avenida Rui Barbosa.

Naufrágio Bragança, Fortim, CE
O mergulhador Marcus Davis, da operadora Mar do Ceará, que acumula mais de mil mergulhos, comenta ser uma pena um projeto que visa resgatar a memória de Fortaleza tenha esquecido de preservar a cultura submersa. "São muitos os naufrágios que jazem em nosso litoral, cada um deles, como em uma cápsula do tempo, guardam fragmentos da nossa história. Existe uma carência de profissionais nessa área e falta de incentivo do poder público e da iniciativa privada nessa vertente da arqueologia que traz pouco retorno financeiro e grande retorno histórico cultural", frisa.

Soares lamenta o soterramento do navio e disse que ninguém o tinha estudado. "Seria uma informação importante, visto que a Praia de Iracema, antes da criação do Porto do Mucuripe, funcionou durante muitos anos como o porto de Fortaleza. Infelizmente, esse patrimônio foi degradado. Agora fica o alerta para que isso não ocorra novamente".

A Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio da assessoria de comunicação, informa que não existe nenhum projeto no sentido de criar um curso de graduação em arqueologia. Já a Secretaria de Turismo do Ceará (Setur) afirma que não trabalha nesse segmento, porque não existe demanda para promover esse tipo de turismo no Estado.

Marcélia Marques, arqueóloga e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), comenta que, tradicionalmente, a arqueologia está relacionada à duas áreas de conhecimento: história e antropologia. Ela tem como objeto principal o conhecimento da cultura material, dos vestígios arqueológicos produzidos desde a pré-história e possibilitam a aproximação e a reconstituição do que aconteceu com as sociedades desaparecidas.

No Ceará, a especialista comenta que os vestígios arqueológicos mais expressivos são as pinturas em afloramentos rochosos, a indústria lítica (artefatos em pedra lascada), vestígios cerâmicos, restos ósseos de animais e o patrimônio edificado, assim como toda a cultura material desses ambientes. Para a professora, os Estados estão percebendo que há uma demanda crescente de arqueólogos, por isso, muitos optam pela criação de cursos de graduação.

Unidade de conservação sofre ataques frequentes

O Parque Estadual Marinho Pedra da Risca do Meio é a única unidade de conservação marinha do Ceará. Criado no dia 5 de setembro de 1997, pela Lei Estadual Nº12.717, o parque compreende uma área de 33,20 Km² e fica distante dez milhas náuticas, cerca de 18,5 Km, do Porto do Mucuripe. A única forma de acesso é por meio de embarcações que partem do Porto Mucuripe e levam em média 50 minutos para chegar a área.

Hélice do Avião Bandeirante, Fortaleza, CE
Pesca artesanal e esportiva (linha e anzol), tráfego de qualquer tipo de embarcação, coletas para fins científicos de pesquisa e mergulho autônomo com prévia autorização são as atividades permitidas no local. O problema é que, mesmo protegido por lei estadual, a unidade de conservação sofre constante processo de degradação com a pesca predatória que utiliza redes caçoeiras e compressores de ar comprimido para a captura de peixes ornamentais, lagostas e peixes de grande porte.

Além disso, são registrados constantes ataques a sítios arqueológicos, como ocorreu com o avião de patrulhamento marítimo EP-95, prefixo 7053, da Força Aérea Brasileira. A aeronave decolou da Base Aérea de Fortaleza em junho de 1985, com quatro tripulantes a bordo, mas, instantes depois, caiu nos limites do Parque Estadual.

Marcus Davis, mergulhador da operadora Mar do Ceará, conta que, durante anos, o Avião Bandeirantes, como ficou conhecido, foi um dos melhores pontos de mergulho do parque. No entanto, em 2010, ao retornar ao local após anos de inatividade de mergulho recreacional veio a novidade: não restava quase nada do avião, foram removidos a asa, o motor e o restante da estrutura foi dinamitado.

Fotos Marcus Davis