sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Agosto de 1942: Memórias da Guerra Submarina na Costa de Sergipe

por Paula Christiny

Manchete de jornal noticia os ataques. Fonte: terra.com.br.

A Segunda Guerra Mundial, muito mais que um conflito europeu, foi um conflito “global”. O intuito desse texto é mostrar experiências vivenciadas por nordestinos durante esse conflito e também apontar pesquisas mostram que durante os combates não se destacou apenas a batalha naval em si, mas a forma como a população costeira respondeu aos atentados no mar. Sucessivos afundamentos de navios brasileiros foram registrados em águas internacionais ao longo da Segunda Guerra Mundial. Na costa brasileira o litoral de Sergipe foi palco de investidas nazistas entre os dias 15 e 16 de agosto de 1942.

A costa de sergipana foi lugar de lamentáveis acontecimentos da história trágico naval brasileira e internacional, tais episódios se transformaram em “tragédia sergipana”, Durante a Segunda Guerra Mundial, navios foram torpedeados ao longo do litoral de Sergipe e Bahia. A barbárie foi tanta, que comparando o número de mortos, se constata que morreram 1.051 pessoas decorrentes de ataques a navios mercantes brasileiros no período total da guerra (1939-1945). Entre todas as vítimas provenientes dos ataques aos navios mercantes brasileiros, 579 vidas foram ceifadas em águas costeiras sergipanas entre os anos de 1942 e 1943, representando mais da metade de todas as mortes brasileiras no mar. Tão grande foi peso da injuria que ela foi combustível para o rompimento diplomático com o Eixo. Isso foi encarado como uma declaração brasileira de guerra ao nazifascismo, seguiram-se a isso o reconhecimento do Estado de beligerância em todo território nacional (22 de agosto de 1942) e na Declaração Brasileira de Guerra à Alemanha e à Itália (31 de agosto de 1942).

A Repercussão dos Ataques
O que se quer mostrar é a memória coletiva do povo de Aracaju para perceber como os impactos causados pela Segunda Guerra Mundial influíram na vida das pessoas, como o ataque dos U-boots repercutiram no cotidiano da cidade no período belicoso. A história dos torpedeamentos dos navios mercantes gerou centenas de mortos, dezenas de sobreviventes traumatizados, população costeira amedrontada e um clima de insegurança generalizado, configurando assim, o estado de beligerância nas águas territoriais do Brasil, e mais tarde, a declaração varguista de guerra à Alemanha e à Itália.

Em decorrência dos ataques ocorreram na capital sergipana atos de hostilidade e intimidação contra imigrantes estrangeiros e descendentes; dificuldades de exportação e importação; escassez de uma série de produtos; crise no abastecimento dos combustíveis; o aumento do custo de vida, entre outras ações tomadas pelas autoridades públicas visando controlar a vida da população. Tudo isso em virtude do constante receio dos ataques ou até de submarinistas, depois que navios brasileiros começaram a ser afundados no Oceano Atlântico por submarinos alemães e italianos.

A campanha submarina do Eixo no Atlântico Sul, trazida pela Segunda Guerra, passou a ter um valor significativo para os brasileiros a partir de 1942 com as implicações causadas às investidas dos U-boots, que causaram enormes perdas navais brasileiras.

O U-507
O maior expoente dessa situação foi a presença do submarino alemão U-507, cuja ação na costa de Sergipe levou o Brasil à guerra devido a sua grande efetividade e foi relatada aqui no blog. O U-boot criou na população, a partir do dia 15 de agosto de1942, um medo coletivo da costa do Brasil, quando o U-507, capitaneado pelo alemão Harro Schacht torpedeou, em Sergipe, sequencialmente as seguintes embarcações: Baependi, Araraquara e Aníbal Benévolo. Os êxitos do U-507 que causaram a morte de centenas de brasileiros ganharam notoriedade na Alemanha nazista. Já na vida cotidiana da capital se Sergipe o U-boot esteve nas conversas de bar, nos jornais, nas rádios, em cada um dos lares da cidade.

O U-507, submarino alemão do Tipo IX tinha grande autonomia. Era composto por tripulação de 53 homens, podia levar até 12 torpedos, possuía seis lançadores de torpedos, sendo que dois eram na popa, tinha ainda: um canhão de 20mm, uma metralhadora antiaérea de 7,9mm e um canhão na proa de 105m. Fonte: http://cafehistoria.ning.com/

O conjunto dos navios soçobrados pelo submarino alemão U-507, entre o litoral de Sergipe e da Bahia, representou um dos momentos mais dramáticos vividos pelos brasileiro, a população ainda se imaginava neutra e distante do conflito global, mas com o torpedeamento, esse pensamento mudara, haviam sinais de que a guerra tinha chegado ao país. Os inimigos estavam infiltrados e precisavam ser combatidos por um lado, por outro, o Brasil também se tornava inimigo dos alemães e italianos.

Além da história política e militar, percebe-se que essa catástrofe ficou na memória da população por causa dos resultados das investida do submarino. Chegam até a costa os símbolos da batalha naval: sobreviventes desesperados, corpos deteriorados, mercadorias avariadas, destroços do barco, pertences dos passageiros e tripulantes. Era um desdobramento do conflito que feria amigos e parentes, o que era anteriormente distante se tornava uma realidade para a sociedade sergipana. Os submarinistas estrangeiros se movimentaram livres pela costa, afundando navios, como também, matando famílias inteiras ou deixando outras incompletas. Muitos moradores não tinham dificuldades em identificar um parente ou um conhecido que desapareceu vítima do submarino alemão U-507.

Os ataques do submarino alemão U-507, capitaneado pelo alemão Harro Schacht, foram registrados próximos à terra firme. Por causa disso os sergipanos tinham que lutar contra inimigos escondidos debaixo d’água, aos quais não tinham a menor ideia de como se defender, a qualquer momento prestes a atacar ou a desembarcar a "máquina infernal". Travaram-se batalhas contra o desconhecido, o estranho, o invisível. Essa revelação macabra, alimentada por informações provenientes de relatos jornalísticos das agências internacionais ou dos programas radiofônicos, assustou os aracajuanos. Manchetes da imprensa sergipana diziam: “a guerra já chegou entre nós”, “selvageria sem precedentes”; “metralhados nossos patrícios”; “o Aníbal Benévolo foi partido ao meio”; “Sergipe nunca em sua vida presenciou cenas tão tristes como nestes dias”. “De luto o Brasil. Reina a consternação em todo território sergipano”; “atentado vil e covarde contra nossa soberania”; “as incríveis barbaridades do nazismo”; “a nefanda ação do eixismo”; “não há mais que esperar, Brasil!”.
 Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 19.08.1942. 
Fonte: http://www.u-507.com.br/

As notícias não demoram a chegar ao cais do porto de Aracaju trazidas por pescadores. As informações dos sucessivos naufrágios causara profunda consternação entre os aracajuanos a ver o submarino como uma ameaça real às suas vidas. Os U-boots simbolizavam maior perigo às unidades da Marinha e aos pescadores oceânicos, mas não às cidades, povoados ou colônias de pescadores. Porém a constante chegada de informações causava medo coletivo que evidenciava que a população costeira não tinha um entendimento pleno sobre o alcance da navegação submarina.

O navio depois alvejado, em poucos minutos era engolido pelo mar. Mas para os sobreviventes e o restante da população, esse “tempo curto” se transformou em “longo trauma”. As memórias dos náufragos foram apropriadas pelos moradores da zona litorânea. O que ficou foi relatos dos feridos chegando macilentos e esfarrapados vítimas da tragédia que refletia nos olhos cheios de espanto e angústia.
Corpos chegaram ao litoral sergipano. Fonte: http://www.u-507.com.br/
Cadáveres que chegam às praias sergipanas, com olhos de quem morreu cheio de espanto. O cheiro de putrefação dos cadáveres que grudava nas roupas de quem tentava ajudar. O que se construiu naquelas mentalidades foram imagens terríveis nas praias alimentadas pelo medo do desconhecido, pelas histórias dramáticas dos náufragos e da gravidade das ocorrências bélicas. A costa sergipana ganhou a fama de ser “um lugar de submarinos”. Os marinheiros brasileiros passaram a temê-la com razão.

Os Inimigos Entre Nós
Em meio ao caos gerado pelo perigo representado pelo submarino, os sergipanos encontraram outros culpados em seu cotidiano: o quinta-coluna, os camisa-verde, o boateiro e o espião. Nessa batalha contra esses, o imaginário social criou o clima de desconfiança.

Acreditava-se que o quinta-coluna agia sorrateiro no interior da sociedade brasileira a favor do Eixo. Após o afundamento dos navios, o espírito de retaliação enfardou milhares de homens e mulheres do Brasil. Era evidente a ação de células de espionagem do Eixo no Brasil, mas o olhar de desconfiança social estava impregnado de inveja, de intolerância, de raiva, de cobiça, de preconceito, de oportunismo, de prazer, de retaliação e não apenas de dever patriótico, como afirmava o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Isso incentivou a perseguição a grupos suspeitos e discriminar os estrangeiros taxados de “eixistas”. A aversão dos aracajuanos se voltava principalmente sobre os estrangeiros, destacando-se principalmente os italianos e alemães. Cidadãos de origem estrangeira que foram presos em Sergipe acusados de pertencer a Quinta Coluna.

Um estrangeiro, ou suspeito de “quintacolunismo” corria sérios riscos de agressões, tanto físicas, quanto morais, podendo até mesmo temer por suas vida. Diversos estragos também foram feitos em residências de estrangeiros. As agressões partiam de grupos isolados ou conjuntos, feitas na maior parte das vezes por estudantes secundaristas do colégio Atheneu Sergipense.

Esse temor serviu para fortalecer a ditadura do Estado Novo. Nesses tempos difíceis de ditadura varguista, a tragédia naval foi apropriada pelo DIP a fim de promover o governo, ao explorar o fervor patriótico: “Sergipe contribuiu para o fortalecimento da unidade nacional” ou “o Brasil é um só”.

Os Ataques
A propaganda governista.
Diário de Notícias -  (22.08.42).
Fonte: http://www.u-507.com.br/
Em cada torpedeamento, a história não se repetiu, pois o evento bélico se revestiu de dimensões implícitas, envolveu diferentes tipos de barcos, apresentou circunstâncias espaciais singulares e contou com experiências individualizadas e coletivas. Entre os dias 15 e 16 de agosto de 1942, período em que foram afundados os navios Baependi, Araraquara e Aníbal Benévolo pelo submarino alemão U-507, foram perdidas 549 vidas. Em 1943, novamente, outros navios foram alvos da ação de U-boats nas águas de Sergipe, ocasionando mais 30 mortes. No dia 1º de março desse mesmo ano, na altura da foz do rio Real, foi torpedeado o navio de bandeira norte-americana Fitz-John Porter pelo submarino alemão U-518, havendo duas mortes. O Bagé foi o último mercante a ser torpedeado em Sergipe. No dia 29 de julho de 1943, o navio mercante foi afundado pelo submarino alemão U-185, perecendo 28 pessoas nesse ataque.

 O Araraquara, náufragos do Baependi viram a explosão e o seu afundamento.
Fonte: http://www.infonet.com.br/

 O Baependi - 270 mortos no seu  naufrágio.
Fonte: http://www.infonet.com.br/
O Ánibal Benévolo.
Fonte: http://www.infonet.com.br/
O que mais causou comoção aos aracajuanos foi o naufrágio do Aníbal Benévolo que seguia em viagem oceânica rumo à cidade de Aracaju. Todos sergipanos a bordo do vapor morreram no ataque nazista, criando um luto coletivo e duradouro, devido ao fato de nenhum conterrâneo ter sido localizado. Os naufrágios ocorridos na costa sergipana foram extremamente tocantes no Estado. Centenas de corpos chegaram às praias, junto com poucos sobreviventes. Os principais remanescentes desses naufrágios localizados até os dias atuais foram os restos mortais humanos que chegaram às praias sergipanas em 1942.

A população se aterrorizava com a suspeita de que os submarinistas alemães soubessem da rota naval até o porto da cidade. Embora a ameaça fosse invisível, alterou a rotina dos aracajuanos que se sentiam condição de vítimas da Guerra Submarina. Segundo a imprensa local, os inimigos do lado do Eixo poderiam estar em todos os pontos do mar brasileiro esperando o momento de atacar pela traição, de afundar navios, de matar brasileiros.

Enquanto as investidas dos U-boots não cessavam, os civis contribuíram com a campanha antissubmarina. A defesa da costa de Sergipe se tornou questão de Segurança Nacional. A Marinha do Brasil orientava para que se montasse um Sistema de Defesa Passivo, que influenciava diretamente na sociedade aracajuana. No âmbito militar montou-se uma vigilância costeira, postos de observação foram montados na região litorânea que foi reforçada com a chegada de tropas baianas e gaúchas, além dos marines americanos que realizaram a patrulha antissubmarina. No âmbito civil, pilotos civis auxiliavam buscas pelos náufragos. Os aracajuanos tinham ordens estritas de não cortarem os extensos manguezais que rodeavam o município de Aracaju para manter as barreiras naturais para dificultar o acesso à capital sergipana, caso tropas inimigas desembarcassem nas praias locais. Também instituiu-se o blecaute para que a cidade de Aracaju ficasse invisível as ameaças.

Na iminência de um desembarque inimigo, temor da invasão estava presente até nas autoridades locais, que exigiam em nome da defesa, disciplina e rigor no cumprimento das normas de segurança. Isso gerou episódios de extrema violência por parte da polícia. Veio também o racionamento do querosene, a norma não surtiu efeito porque a madeira era um dos gêneros de primeira necessidade nos lares mais humildes em Aracaju.

Porém, o ponto mais agressivo das restrições foi a proibição dos civis de se apropriarem dos salvados, pois havia uma “cultura dos malafogados”. A palavra malafogado, era tudo aquilo que não tinha afogado completamente, que voltava à tona, trazendo, porém, a marca do mal da grande tragédia marítima. O material recolhido pelos militares foi destinado para a Capitania dos Portos ou para o 28º Batalhão dos Caçadores.

Durante esse período Sergipe não contava com um sistema ferroviário eficiente e com as estradas de rodagem interestaduais inexistentes. Veio o súbito cancelamento das operações destinadas à movimentação de mercadorias de terra para bordo ou dos saveiros para os navios a vapor, ou das embarcações para terra. O comércio estagnou e a safra açucareira nos trapiches ribeirinhos foi junto com ele asfixiado pelo isolamento naval. As imposições causadas pela conjuntura e pelo quadro de penúria que a população vivia em virtude dela motivaram trabalhadores a se unir às manifestações políticas. Assim como os seus patrões, eles também utilizaram os jornais para protestar perante a sociedade aracajuana.

Por fim, pode se constatar que a guerra dos U-boots impôs preocupações militares, despertou conflitos sociais e diferentes sentimentos em Aracaju. Mais do que afundar navios, a passagem dos submarinistas pela costa criaram uma memória própria desse conflito mundial, pois a Guerra Submarina foi e será sempre um misto de bravura e profunda crueldade.

REFERÊNCIAS:
CRUZ, L. A. P. & ARAS, L. M. B. A Cidade dos Malafogados: O cotidiano de Aracaju durante a Guerra Submarina em Sergipe (1942-1945). Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH. São Paulo, 2011.
____________. A guerra submarina na costa sergipana (1942-1945). Navigator, V. 8 nº 15. Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, 2012.
____________. “A guerra já chegou entre nós!”: o cotidiano de Aracaju durante a guerra submarina (1942/1945). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal da Bahia, 2012.

PORTO, Otávio Arruda, Arqueologia marítima / subaquática da 2 Guerra Mundial: sua aplicabilidade no Brasil. Dissertação (Mestrado em Arqueologia) – Universidade Federal da Sergipe, 2013.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Procura-se Instrutor de Mergulho PADI em Fortaleza


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O Curso de Socorrista de Emergência EFR

Por Paula Christiny

Sabemos que mergulhar não é simplesmente acordar um dia e cair dentro d’água. Praticar essa atividade requer treinamento para conseguir realizar as técnicas necessárias e boa saúde para aguentar esforço físico e mental exigidos. No mergulho, como em outras atividades, é necessário ter um bom condicionamento físico, cardiovascular e cardiorrespiratório.

Muitas pessoas não recebem a capacitação adequada e ou não possuem um organismo preparado para a realização de alguns exercícios e acabam passando por problemas ou até mesmo lesionando-se seriamente. Mergulhadores por diversos motivos sofrem acidentes por falta de preparo.

Como parte da minha formação como mergulhadora, tive a oportunidade de concluir o curso Emergency First Response (EFR) PADI  no Mar do Ceará. O curso busca preparar seus participantes de um modo que eles dominem procedimentos e ordem de prioridade de cuidados realizados durante emergências médicas.

O mergulho é uma prática de risco; existem bons motivos para que, mesmo que não haja paramédicos no local, exista alguém que saiba prestar os primeiros socorros, para que no caso de emergência possa agir e ajudar salvar uma vida.

Os Primeiros Socorros são procedimentos básicos de emergência que devem ser aplicados a uma pessoa com risco de morte, procurando manter os sinais vitais, bem como, impedir o agravamento do quadro até que a vítima receba assistência adequada. Lembrando que tais medidas não substituem profissionais médicos. Portanto, a prestação de primeiros socorros não exclui o socorro especializado, sendo de fundamental necessidade e importância o atendimento clínico o mais breve possível.

Durante o curso desenvolvemos habilidades tanto de Assistência Primaria (RCP) quanto de secundária (Primeiros Socorros). Nas aulas é criado um ambiente onde se combinam teoria e prática. São realizadas simulações que reduzem a ansiedade e tensão em um momento de estresse de modo que, os participantes se sintam seguros e confiantes para agir quando solicitados.

Na primeira parte do curso é visto o Emergency First Response Care (Primeiros Socorros de Emergência). Nele são abordados temas como administração de Ressuscitação Cárdio Pulmonar (RCP), uso do DEA (Desfibrilador automático externo) e medidas que devem ser tomadas no auxilio a pessoas correndo risco de morte e cuidados que devem ser tomados para a proteção do socorrista e do paciente. Na segunda, conhecemos o Emergency Response Second Care (Primeiros Socorros) que trata de lesões e enfermidades que não oferecem risco imediato de morte como queimaduras, fraturas e ferimentos. Todas as técnicas abordadas são fixadas por meio de simulação. Os momentos vivenciados no treinamento nos faz lembrar do que aprendemos.

O curso corre de maneira leve e quase não é possível ver o tempo passar. Até parece um encontro de amigos que você conheceu naquele momento. Mesmo que o assunto seja tratado com a maior seriedade possível, ainda é divertido participar.

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Um dos melhores atrativos do curso é o instrutor Victor Emanuel, especificadamente sua experiência de vida. Todos os tipos de emergências médicas já aconteceram com ele ou algum conhecido seu, posso afirmar que ele é um sobrevivente. Tudo teria sido menos proveitoso sem os relatos de quando se queimou com águas-vivas, se cortou numa âncora e outros casos. ''Falou em enfermidade ou lesão, procure o Vitão, o cara que viveu para contar''.

Entre os principais temas abordados durante o curso destacam-se: percepção sobre a dimensão e gravidade do acontecimento, a importância de solicitar auxílio de outra pessoa mais próxima e capacitada; comunicar entidades públicas competentes como o SAMU / 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Corpo de Bombeiros / 193 e, se for o caso, a Polícia / 190. Ainda transmitir tranquilidade e confiança aos envolvidos em estado consciente e também a importância de habilidades como improviso e agilidade nas ações empregadas e aos conhecimentos básicos de primeiros socorros.
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A todo o momento são lembrados aspectos fundamentais como na ocasião da emergência, como devemos estar prontos para iniciar o auxílio, preferencialmente instantes depois do ocorrido, mantendo a calma para agindo sem pânico, procedendo de forma rápida, precisa e com precaução, atento a condições que não coloquem em risco a sua vida e da vítima.

No fim do curso, temos a certeza de que mesmo que numa situação de emergência sejamos dominados pelo medo e pela insegurança, o treinamento que, por muitas vezes foi exigente, lhe deixará amparado e seguro sobre as medidas necessárias para agir. Basta lembrar que você foi treinado e que está apto a fazer aquilo.

Um dos momentos mais enriquecedores foi o depoimento da Lídia, uma das colaboradoras da Escola. Ela prestou socorro a uma moça que sofreu um acidente em uma motocicleta. Com a sua fala entendemos como funciona uma situação real, o nervosismo, a tensão do momento onde, diante do apelo da família, mesmo diante do esgotamento físico e mental não desiste de salvar uma vida.

Como participei do curso não pude deixar de sentir a influencia do mesmo em minha vida. É impossível não pensar em prestar assistência como um ato de amor ao próximo. Durante o curso se aprende sobre solidariedade, humanidade e respeito à vida. Aquela pessoa que você ajuda poderia ser um parente ou amigo seu; saber que posso salvar uma vida é recompensador. Na conclusão, dá uma sensação que depois daquilo você se torna uma pessoa melhor.

Livro:
Primary And Secondary Care - Emergency First Response

Sites:
http://www.brasilescola.com/saude/primeiros-socorros.htm
http://www.padibr.com.br/NW/emergency.aspx
http://www.emergencyfirstresponse.com
http://www.padi.com/scuba-diving/padi-courses/course-catalog/emergency-first-response/

Imagens:

https://www.emergencyfirstresponse.com/spanish/html/aboutefr.asp

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Auto-Regulamentação Internacional no Mergulho Recreativo: O que é WRSTC?


Com o crescimento contínuo e desenvolvimento da indústria do mergulho a nível global, foi reconhecida a necessidade de um organismo competente e neutro para controlar as certificadoras de mergulho. Fundado em 1999, o WRSTC (World Recreational Scuba Training Council) é uma organização dedicada à segurança no mergulho recreativo em todo o mundo. A WRSTC busca ajudar a indústria do mergulho de todas as maneiras possíveis a apresentar profissionais respeitados e reconhecidos no mundo do mergulho recreativo.

Seu principal objetivo é o desenvolvimento de normas mínimas de formação de mergulhadores em todo o mundo. O estabelecimento de padrões mundialmente reconhecidos é fundamental no tratamento das questões regulatórias locais e nacionais. Graças ao WRSTC, cursos de mergulho que você faz no Brasil tem o mesmo controle em outros lugares do mundo.

A definição de um mergulhador recreativo é o indivíduo que tenha sido treinado para mergulhar com ar atmosférico em atividades não profissional, científica, industrial, competitiva ou técnica. Esta formação é limitada utilização em equipamento de mergulho leve e acessórios em geral, o curso de mergulho terá com o objetivo geral de oferecer mergulhadores as habilidades necessárias para participar de atividades, tais como (mas não limitado a), ao turismo subaquático, biologia marinha, fotografia subaquática, etc.

O WRSTC é composto por RSTCs (Recreational Scuba Training Councils) menores. São quatro RSTCs regionais: RSTC Europa, RSTC Estados Unidos, Canadá e RSTC Conselho C-Card (Japão), cada um dos quais lida com uma região do mundo. Espalhadas por todo o mundo as certificadoras que fazem parte do WRSTC representam pelo menos 50% das certificações anuais mergulhadores no países ou regiões onde existam membros.

O WRSTC é um mecanismo de cooperação em todo o mundo para alcançar um padrão internacional em cursos formação de mergulhadores Membros do World Recreational Scuba Training Council devem reconhecer a responsabilidade com a promoção da segurança do mergulho recreativo, a existência de normas de formação internacionais e a credibilidade mundial do WRSTC. As empresas envolvidas na certificação de mergulhadores recreativos parceira deve ter mais de 60% de sua renda bruta atribuída a aos cursos oferecidos, taxas de associação e empresas (incluindo taxas de formação mergulho recreativo) e da venda de materiais educativos para a formação de mergulhadores recreativos e instrutores de mergulho recreativo. Alguns dos membros afiliados são: ACUC, ICA, AID, IDEA, PADI, PDA, SDI, SSI, NASDS, PSS, SNSI e DAN.

Exemplos da ação do WRSTC é a regulamentação conteúdos dos cursos para mergulhadores e instrutores em treinamento, o vocabulário, gestual para mergulho e os diferentes níveis de qualificação do mergulhador recreativo. A implementação destas normas internacionalmente reconhecidas beneficia muito a atividade, pois aborda questões regulatórias locais e internacionais importantes. Seus objetivos finais são:

- Estabelecer normas de segurança mínimas para a formação de mergulhadores e instrutores.
- Agir desenvolvimento de padrões de segurança do mergulho para garantir relações consistentes e eficientes no direito internacional.
- O desenvolvimento de padrões globais para o treinamento de mergulhadores e instrutores, permitindo assim que os professores podem trabalhar em qualquer lugar do mundo e que o mergulhador pratique sua atividade com qualificação internacionalmente aceitas.
- Melhorar a imagem do mergulhador e da comunidade de mergulho.
- Auxiliar no desenvolvimento de áreas turísticas que contemplem um ambiente seguro.

Ao escolher uma certificadora parceira WRSTC você opta profissionais que estão trabalhando para melhorar os padrões de segurança do mergulho. Estes, por sua vez, fornecerão uma padronização consistente e eficiente de regulamentos e leis relacionadas ao profissional da indústria do mergulho recreativo.


Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/World_Recreational_Scuba_Training_Council