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Tubarões Lixa no Petroleiro do Acaraú, CE. |
O litoral do Estado do Ceará mede aproximadamente 570 km de extensão, onde 19 municípios fazem fronteira com o mar. Apresentando grande extensão de praias arenosas, onde algumas vezes é interrompido por dois tipos de formação: os afloramentos rochosos e os recifes de praia. Diferentes habitats resultam de várias adaptações pelos organismos que buscam condições ambientais propícias para melhor desenvolver suas funções vitais. Isso não é diferente com seres vivos que são encontrados nas aguas marinhas cearense.
Os organismos que mais dominam a maioria dos ecossistemas marinhos são os peixes. A maioria dos peixes marinhos fazem parte da comunidade nectônica, isto é, são seres que têm a capacidade de movimentos ativos e são capazes de nadar e vencer as correntes marítima, e com isso apresentam uma ampla distribuição geográfica, podendo habitar tanto a coluna d’água, quanto apresentar uma estreita relação com o substrato. No Brasil são 1.298 espécies marinhas, mas o conhecimento sobre a diversidade desta fauna ainda não é completamente definido, a cada ano esse número vai aumentando, assim presume-se que a riqueza de peixes seja ainda maior. Para o estado do Ceará são 179 espécies de peixes registradas, dentre eles estão os elasmobrânquios, representados pelas arraias e tubarões.
Os elasmobrânquios são peixes com esqueleto cartilaginoso, possuem grandes maxilares superiores e inferiores, têm de cinco a sete aberturas branquiais separadas. Estão distribuídos em todos os oceanos: em águas tropicais, subtropicais, temperadas e frias. Podem ocorrer desde regiões costeiras até grandes profundidades, ocupando numerosos ambientes como recifes de corais, estuários e águas oceânicas, desde a superfície até áreas profundas.
Função ecológica e a pesca

Uma das alternativas, para tentar reverter o quadro de ameaça sobre as arraias e os tubarões, é o investimento e aplicação do turismo sobre esses animais, onde já acontece em várias regiões do globo terres, como o mergulho, onde é uma boa oportunidade das pessoas conhecerem o verdadeiro temperamento desses animais e estudar esses seres vivos. Segundo registros em literatura cientificas, são cerca de 58 espécies de elasmobrânquios que estão sob o mar cearense. Onde estão distribuídos em 21 famílias, elas são: Hexanchidae; Squalidae; Etmopteridae; Somniosidae; Dalatidae; Ginglymostomatidae; Rhincodontidae; Pseudocarchariidae; Alopiidae; Lamnidae; Triakidae; Scyliorhinidae; Carcharhinidae; Sphyrnidae; Pristidae; Narcinidae; Rhinobatidae; Rajidae; Urolophidae; Dasyatidae; Gymnuridae; Rhinopteridae; Myliobatidae; Mobulidae:
Espécies registradas no Ceará
Tubarões
Os tubarões possuem corpos cilíndricos, com caracteristicas hidrodinâmicos, aberturas branquiais nas laterais da cabeça, nadadeiras destacadas da cabeça e nadadeiras caudais bem desenvolvidas.
- Hexanchidae:
Heptranchias perlo (Tubarão-de-sete-guelras); Hexanchus griseus (Tubarão-de-seis-guelras);
- Squalidae:
Cirrhigaleus asper (Cação-bagre); Squalus cubensis (Galhudo-cubano ou cação-bagre); Squalus grupo megalops (cação–gato); Squalus mitsukurii (Tubarão-bagre ou cação-bagre)
- Etmopteridae:
Etmopterus bigelowi (Cação-lanterna)
- Somniosidae:
Centroscymnus owstoni (xara-preta)
- Dalatidae:
Isistius brasiliensis (tubarão-charuto)
- Ginglymostomatidae:
Ginglymostoma cirratum (tubarão-lixa)
- Rhincodontidae:
Rhincodon typus (tubarão-baleia)
- Pseudocarchariidae:
Pseudocarcharias kamoharai (tubarão-crocodilo)
- Alopiidae:
Alopias superciliosus (tubarão-raposa-de-olho-grande ou cação raposa)
- Lamnidae:
Carcharadon carcharias (tubarão branco); Isurus oxyrinchus (Tubarão-anequim);
- Triakidae:
Mustelus canis (Cação-cola-fina ou boca-de-velha); Mustelus higmani (Cação-diabo)
- Scyliorhinidae:
Scyliorhinus sp. (Scyliorhinus besnardi ou Scyliorhinus haeckelii (Cação-gato-pintado))
- Carcharhinidae:
Carcharhinus acronotus (Tubarão-flamengo); Carcharhinus falciformis (Tubarão-lombo-preto); Carcharhinus leucas (Tubarão-cabeça-chata); Carcharhinus limbatus (Tubarão-salteador ou galha-preta); Carcharhinus longimanus (Tubarão-galha-branca); Carcharhinus obscurus (Tubarão-fidalgo); Carcharhinus perezi (Cação-coralino); Carcharhinus plumbeus (Tubarão-galhudo); Carcharhinus porosus (Cação-azeiteiro); Carcharhinus signatus (Tubarão-toninha); Galeocerdo cuvier (Tubarão-tigre ou jaguara); Negaprion brevirostris (Tubarão-limão); Prionace glauca (Tubarão-azul); Rhizoprionodon lalandii (Cação-frango ou rabo-seco); Rhizoprionodon porosus (Tubarão-pintadinho ou rabo-seco); Carcharhinus maou (Tubarão-galha-branca-oceânico)
- Sphyrnidae: (panan/martelo)
Sphyrna lewini (Tubarão-martelo-entalhado); Sphyrna mokarran (Tubarão-martelo-grande); Sphyrna tudes (Cambeva); Sphyrna tiburo (Cambeva-pata); Sphyrna zygaena (Tubarão-martelo-liso);
- Pristidae:
Pristis perotteti (Peixe-serra); Pristis pectinata (Peixe-serra)
Arraias
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Arraia manteiga no Naufrágio do Pecém |
- Narcinidae:
Narcine brasiliensis (Treme-treme)
- Rhinobatidae:
Rhinobatos lentiginosus; Rhinobatos percellens (cação-viola)
- Rajidae:
Dipturus sp. (Dipturus leptocauda ou Dipturus mennii ou Dipturus trachyderma); Breviraja cf. spinosa
- Urolophidae:
Urotrygon microphthalmum
- Dasyatidae:
Dasyatis americana (manteiga); Dasyatis guttata (bico-de-remo); Dasyatis marianae (arraia-de-fogo); Dasyatis geijskesi; Pteroplatytrygon violácea; Himantura cf. schmardae
- Gymnuridae:
Gymnura altavela; Gymnura micrura
- Rhinopteridae:
Rhinoptera bonasus; Rhinoptera brasiliensis
- Myliobatidae:
Aetobatus narinari (pintada ou chita)
Manta birostris (Raia-jamanta); Mobula thurstoni (Raia-manta-mirim)
Veja também:
Raias e Tubarões: primos bem próximos
Porque não devemos ter medo de tubarões?
REFERÊNCIAS
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