Encalhe do Paracuru, dezenas de anos na beira da praia. |
Entre as praias de Taíba e Paracuru na altura da Ponta da Piriquara existe um antigo navio encalhado há muitas anos. Me recordo ter visto aquelas grandes caldeiras ainda criança enquanto passeava pela praia com meus pais. Os anos passaram e a curiosidade por naufrágios só aumentou. Por este motivo cerca de 20 anos após a minha última lembrança voltei lá para "um mergulho no seco".
Um navio encalhado é sempre uma oportunidade para aprendermos um pouco mais sobre naufrágios e suas estruturas, como se decompoem e se desmancham ou como se concretam e solidificam. Bem como a aura de mistério e a pergunta que parece gritar de seu esqueleto: que navio era esse?
Muitas possibilidades estão listadas pela Marinha, mas uma confirmação é difícil.
Pois tratava-se de um grande navio de aço rebitado, informação que limita o período de sua construção ao início do século XX. Possuía duas grandes caldeiras para impulsionar seu hélice. Esta bem destruído pois fora cortados a fim de se aproveitar todo metal que fosse possível. Se os naufrágios que estão submersos dezenas de metros são inteiramente retalhados, um navio ena beira da praia é ainda mais fácil de ser "reaproveitado".
O local onde ele está encalhado é repleto de pedras (formações calcárias e coralíneas) que se estendem acompanhando a linha da praia formando uma faixa de cerca de 200m de largura. Disso podemos concluir que qualquer tentativa de encalhe nesta praia fora desesperada e imprudente pois as pedras rasgariam o casco do navio dificultando o seu desencalhe. Algo assim só deveria ser feito na iminência de um afundamento.
As semelhanças com o recém mergulhado naufrágio conhecido por "Vapor do Paracuru" são marcantes. Ambos parecem se situar no mesmo espaço de tempo (pois suas chapas de aço foram rebitadas) e estão distantes entre si apenas algumas milhas náuticas, sendo que um está a 18m de profundidade e outro encalhado na praia. Mais um detalhe: o Vapor apresenta indícios de ter sido submetido a altas temperaturas.
Estariam os seus afundamentos relacionados? Teria o "Vapor do Paracuru" colidido com o "Encalhe de Paracuru"? Seria por isto que o Vapor do Paracuru apresenta indícios de incêndio e que a manobra de encalhe do "Encalhe do Paracuru" fora tão desastrada? Se não, o que aconteceu?
Esse mistério será extremamente difícil de ser desvendado. Um dos motivos são as escassas fontes escritas e orais. Mas guardaremos esse quebra-cabeças a espera de mais uma peça que o complete...
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Novas Informações sobre o Encalhe do Paracuru - o vapor Ceará
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Eu achei esse pequeno texto que no futuro talvez ajude sobre a identificação do navio em questão:
ResponderExcluir"A primeira fase da construção naval corresponde à época da construção por rebites (anos 20). Com a
introdução da solda na década de 30, os princípios básicos da construção naval começaram a mudar. A construção do
casco se transformou num processo de montagens e sub-montagens de blocos soldados que eram posteriormente
agregados, formando o casco da embarcação. Uma parte do processo se deslocou para uma região próxima da carreira
ou em oficinas independentes, onde a maior parte do processo de soldagem podia ser feita com maior qualidade."
http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0544_05.pdf
este link tambem trás informações sobre o sinistro. Mas não sei se são criveis.
http://portal-objetiva.webnode.com.br/news/encalhamento-do-vapor-ceara/
Curto muito o teu blog. Muito bem feito!
Abraço.
Vinna
Texto sobre aparente história do navio:
ResponderExcluirhttp://carlosalbneto.wordpress.com/2011/04/01/encalhamento-do-vapor-ceara-por-lucio-damasceno-barroso/
Este navio tem por nome vapor Alcântara
ResponderExcluirMuito legal essa história gostaria de saber mais.eu conheço o bisneto de uma das pessoas que tirou alguns utensílio s de dentro do navio no dia do acidente
ResponderExcluirNossa bacana!
ExcluirQuem é o bisneto?
Nossa! Eu moro em Paracuru e nem sabia desse navio...
ResponderExcluirTão bom se tivesse a localização, seria mais fácil consegui visitar
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