EM 25/02/2011
Texto retirado do site FCiência
Por Sílvio Mauro
Por Sílvio Mauro
As alterações observadas no litoral do Ceará, principalmente o avanço do mar, são frequentemente interpretadas pelo senso comum como uma consequência direta do aquecimento global e das intervenções humanas. Para muitas pessoas, ambos os fatores estariam aumentando o volume do mar ou desviando a força das ondas, causando a destruição das praias. À luz da ciência, no entanto, a explicação não é tão simples quanto parece.
Segundo Alexandre Medeiros, geólogo do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), instituição vinculada à Universidade Federal do Ceará (UFC) e autor do estudo “Controle tectônico na morfodinâmica costeira de Icapuí”, o litoral do município, uma das áreas onde tem sido observado um preocupante avanço do mar sobre casas e barracas de praia, a explicação para o fenômeno vai muito além do aquecimento global ou da ocupação da faixa litorânea por grandes obras. Na verdade, o que acontece por lá é uma conjunção de fatores relacionados com aspectos geológicos, a dinâmica dos ventos e a própria estruturação da bacia sedimentar que existe na região.
Apesar do território brasileiro ser localizado sobre uma base de terrenos muito antigos e relativamente estáveis, ainda há movimentação de placas tectônicas (porções formadoras da crosta terrestre) no processo de afastamento entre os continentes americanos e africanos. As conseqüências vão dos pequenos tremores em Sobral e na serra da Meruoca às mudanças estruturais pouco perceptíveis que ocorrem no litoral, principalmente em regiões de bacias sedimentares, a exemplo de Icapuí....
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