quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Mulheres no Mergulho



Por ser considerado uma atividade muito "radical" sempre houve mais homens que mulheres se aventurando sob as águas. Até nos registros antigos dos primeiros mergulhos a presença masculina é marcante. Mas essa realidade está mudando a cada dia, como em todas outras áreas que continham essencialmente homens, o sexo feminino está mostrando cada vez mais que também gosta dessas atividades. Da área da computação ao mergulho, mulheres expõem que são tão aptas quanto os homens. Estando presentes em mergulho em apneia à mergulhos avançados, técnicos e exploradores.

Karol Meyer
No passado as mulheres não eram aceitas em competições alegando que o porte físico feminino não era o adequado, mas mesmo assim as mulheres não desistiam e não sendo aceitas nas competições oficiais, competiam por fora dessas competições e mostravam o seu potencial. Ao passar dos anos esse problema foi sendo menos vigente, com a inclusão das mulheres em várias áreas sociais, por meio de protestos das mesmas pedindo a igualdade de gêneros. No mergulho o sexo feminino não era bem visto por seu físico frágil, mas isso não durou muito tempo pois no mergulho com apneia houve muitas mulheres desafiando esse paradigma. Uma pioneira no mergulho foi Cyana que em 500 A.C., mandada pelo Rei Xerxes I, ela e seu pai Scyllias, um mergulhador e escultor, fizeram mergulho em apneia em busca de um tesouro no mar. A francesa Audrey Mestre, que alcançou uma profundidade de 160 metros nessa modalidade, infelizmente morreu em um treinamento para ultrapassar esse recorde, sua história é lembrada e serve de inspiração para atuais e futuras mergulhadoras e atletas. 

No Brasil temos, Karol Meyer que é um fenômeno no mergulho livre, ganhando vários recordes e prêmios mundiais e nacionais também entrando para o livro Guinnes Book Record Holder no livro oficial de 2010. Atualmente ela além desse esporte, é instrutora de mergulho, palestrante e ligada a atividades de preservação dos oceanos.



Sylvia Earle dentro do traje Jim.
Outro destaque é a oceanógrafa, cientista, exploradora e mergulhadora Sylvia Earle que ao se mudar para Clearwater, Florida, no Golfo do México com 13 anos conheceu seu amor mais verdadeiro, o mar. Ela relata que ainda muito nova, não tendo conhecimento sobre mergulhos, quando achava na praia um montinho de algas reunidas era uma alegria ao ver as algas, conchas e animais e sentia-se fascinada. Sylvia contribuiu de formas inexplicáveis a tecnologia de mergulhos que se tem hoje, ela juntamente com outras quatro mulheres passaram duas semanas dentro de uma casa submersa, o projeto Tektite. Em 1979 foi a primeira mulher a entrar em mecanismo pressurizado, parecido com um robô, o Jim terno, para chegar a 1,250 pés abaixo da superfície do mar. Ela descreve que a sensação de se ver o fundo foi fantástica, pediu que desligassem a luz do Jim para que visse a escuridão que era, mas se deparou com milhões de animais que brilhavam de forma mais linda que qualquer luz que ela já viu. Sylvia ainda não parava por ai, em 1980, queria juntamente com seu marido criar um mecanismo que levasse um ser humano a 11 mil metros, criando uma empresa que auxiliou nessa realização, ajudando em pesquisas e mergulhos exploradores.


O sexo feminino atualmente não é mais considerado um sexo frágil, foi mais que provado que as mulheres conseguem desde caminhar com o cilindro e os equipamentos até ir a profundezas do mar. As empresas que fabricam os equipamentos de mergulhos tomaram nota disso e cuidam para que as mulheres tenham sempre a disposição as melhores roupas, máscaras, nadadeiras, todos de todas as cores e formas. Mas alguns médicos advertem algumas precauções que temos que atentar, em relação á ser do sexo feminino e mergulhar em alguns períodos. Existem estudos para a verificação de problemas relacionados ao mergulho e a menstruação, mas não a nada comprovado cientificamente. Onde a mergulhadora não possa mergulhar por estar nesse período, geralmente o que ocorre é o uso de medicamentos para o tratamento de cólicas ou dores de cabeça, que podem perder o efeito após a mudança de pressão, devido ao mergulho. O aconselhado é o mergulho conservadores e mais rasos, para que se a mergulhadora vier e ter algum problema seja mais fácil o acesso a superfície.
No Ceará já é normal a presença feminina desde as áreas das extas aos mergulhos, são essas mulheres cearenses que demonstram ainda mais a força feminina exercida por elas na sociedade. No Mar do Ceará não é diferente temos um grupo feminino forte, como algumas dessas mergulhadoras:

Anelle Ramos em Fernando de Noronha.


Anelle Ramos, Técnica de Comercialização e Logística, formação Mergulho Avançado, Curso de Nitrox e Mergulho em Naufrágios. Sempre teve vontade de mergulhar e seu marido a despertou para esse mundo. Anelle quando mergulha se sente mais leve e encantada por cada descoberta, Sente que faz parte do ambiente, e simplesmente maravilhada.






Lívia Torquato.


Lívia Torquato. Estudante, formação em Mergulho Avançado pela PADI. Seu maior motivo para mergulhar foi conhecer a fauna marinha. Quando mergulha ela relata que sente uma tranquilidade inesquecível, 






Erika Beux.

Erika Beux. Bancária, formação em Divemaster e Open Side Mount. Quando mergulha  Sua motivação para mergulhar foi que o fundo do mar sempre a chamou atenção em reportagens de TV, mas após experimentar o Dicosver Scuba Diver, o batismo, decidiu fazer us cursos de mergulho. Erika relata que o sentimento quando mergulha é o melhor que se possa imaginar, ao mesmo tempo que sente uma sensação de liberdade, de parecer que esta voando, Esquece do restante do mundo e passa a fazer parte do meio marinho. Quando passa no meio de cardumes de peixes, ver tubarões, lagostas, é uma sensação única e inenarrável! Onde se pode se saber experimentando!



Rita Salgueiro.

Rita Salgueiro, Geóloga/Pesquisadora e Professora Universitária, formação em Curso de Mergulho Básico e Avançado, Primeiros Socorros, Mergulho de Resgate e Curso de Mergluo em Naufrágio. Sua maior motivação para mergulhar era um desejo antigo e muitas vezes foi adiado, Rita cresceu vendo os documentários do cineasta e oceanográfo Jacques Costeau, onde sempre ficava fascinada, persistia a vontade de descobrir e explorar esse mundo. Ela relata que quando mergulha é a sua psico-terapia, o resto do mundo desaparece, tudo é muito pacífico.

O mundo do mergulho não restringe sexo, idade, etnia, se tem apenas uma meta contemplar e amar o mar. No mar do Ceará temos cursos do básico aos mais avançados em que se pode aprender várias formas de explorar esse ambiente maravilhoso.

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Referências:


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