terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Atlantis - O Corsário Alemão


(Atlantis na foto que o condenou em abril de 1941.)


Entre as duas grandes guerras que a Alemanha protagonizou, a segunda foi a mais marcante. Não apenas pelo genocídio de milhões de judeus como também pela guerra marítima. Os sete mares foram o palco de batalhas sangrentas entre diversos tipos de embarcações. Os corsários – piratas financiados por algum governo para saquear e afundar embarcações inimigas – foram “armas” utilizadas durantes os dois conflitos como complemento no esforço de guerra.
O navio corsário alemão com maior sucesso durante a Segunda Guerra foi sem dúvida o Atlantis. No fim de 1939 o cargueiro Goldenfels pertencente à empresa Bremser Hansa Line entrou no estaleiro para reparos ultra-secretos. Apesar de ser um navio novo, com apenas três anos de serviço, o Goldenfels passou 98 dias no estaleiro A. G. em Bremen.
Os “reparos” consistiam em transformar o cargueiro em um navio de guerra disfarçado de navio mercante. Ao fim dos serviços a chaminé poderia ser alongada ou diminuída e uma segunda chaminé fictícia poderia ser facilmente instalada para mascarar sua identidade. Tanques de combustível foram adicionados, tetos desmontáveis foram acrescentados à superestrutura do convés, os mastros e os dutos de ar se tornaram telescópios, na amurada portinholas escondiam um poderoso armamento: seis canhões de 150 mm, um de 75 mm, dois canhões semi-automáticos de 37 mm, quatro metralhadoras e dois tubos lança-torpedos. Além disso, um hidroavião com asas dobráveis ficava escondido sob um dos porões.






(Atlantis com o casco pintado de branco para despistar navios inimigos: uma máquina de guerra quase perfeita.)


O Atlantis deixou seu porto no Elba no fim de março de 1940. Após 17 meses no mar e tendo afundado ou aprisionado 22 navios inimigos o corsário comandado pelo Bernhard Rogge, um marinheiro experiente, foi surpreendido a noroeste das ilhas da Ascenção enquanto reabastecia o submarino alemão U-68 em 22 de novembro de 1941. Apesar dos disfarces o corsário fora fotografado por um repórter da revista Life que estava em dos navios aprisionados. Esta foto foi a sentença de morte do Atlantis, pois permitiu a sua identificação.

(Submarino italiano R.SMG. Pietro Calvi e o alemão U-68. Provavelmente durante o transporte dos sobreviventes do corsário alemão Atlantis.)

Apesar do afundamento, sua tripulação foi transportada a salvo por submarinos italianos - entre eles o Pietro Calvi que mais tarde afundaria vários navios ao largo da costa Brasileira - e chegaram a Saint-Nazaire, na França no natal de 1941.
O Atlantis bateu o recorde de operação ininterrupta: 655 dias no mar tendo afundado mais de 144.5oo toneladas em peso bruto!


Anos depois em junho de 1986 uma senhora contatou um antiquário querendo livrar-se de uma maquete de 1,5 m de um navio sem identificação. Este navio era diferente: portinholas escondiam canhões e metralhadoras, um painel removível revelava um avião, os mastros podiam subir e descer, não era um navio qualquer.
O filho da proprietária da maquete, seu antigo dono, morrera alguns anos antes. Ele era oficial na 3ª D.I.A., a divisão que tomara a região de Berchtesgaden, onde se encontrava o Ninho da Águia, o refúgio de Hitler. Finalmente surgiram as plaquetas de identificação: era uma maquete fiel do corsário alemão Atlantis. Esta maquete ultra-secreta só poderia estar no escritório do próprio Hitler!

Fontes:

Um comentário:

  1. Agradecemos em nome do Webmaster do Site Sixtant.net a menção do mesmo como fonte de referencia internacional para naufrágios ocorridos durante a Segunda Guerra no Atlantico Sul. Já estamos com amis de 3 mil páginas de textos e fotos e com perspectiva de adição de mais 50 páginas de texto sobre o Comando do Atlantico sul com documentos inéditos recebidos diretamente da Hyper War foundation onde este site tem um link especial graças ao seu curador Patrick Clancey.

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