terça-feira, 28 de junho de 2011

Naufrágio de 1583 é Localizado e Estudado por Arqueologistas em Santa Catarina

Mergulhadores do Projeto Barra Sul retiraram uma pedra com cerca de 800 quilos que estava há mais de 400 anos no fundo do mar da costa Sul da Ilha de Santa Catarina. Nas dimensões de 98 cm de altura por 76 cm de largura, a peça apresenta o desenho de dois leões e dois castelos em alto relevo e, no meio, um símbolo português, o que remete ao período da União Ibérica e ao reino de Leon e Castilla, entre os anos de 1580 a 1640. Pesquisas históricas indicam que a peça, possivelmente, estava na nau provedora de uma frota de 23 navios que saiu da Espanha em 1583 com a missão de construir duas fortalezas no Estreito de Magalhães, em terras chilenas, para conter o avanço de piratas ingleses que ameaçavam os domínios da coroa espanhola no novo continente.

Caso essa hipótese se confirme, trata-se do naufrágio mais antigo já localizado em águas brasileiras. Talvez, o mais antigo de toda a América. Uma outra pedra, na forma triangular, com inscrições em latim, e duas bolas ornamentais, não puderam ser retiradas ontem, quinta-feira (23), pois o peso de 800 quilos da peça retirada danificou o guindaste. A operação de resgate foi acompanhada pelo ministro interino da Cultura, Vitor Ortiz; pelo capitão-tenente Ricardo Guimarães, da Diretoria de Patrimônio Histórico Documentação da Marinha e por Dalmo Vieira, diretor do IPHAN/Brasília.

O presidente da Fapesc Sérgio Gargioni, financiadora do projeto, também estava presente, assim como arqueólogos da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), pois a peça será encaminhada ao laboratório de Arqueologia da instituição para trabalhos de recuperação, e por equipes da Uniasselvi e Set Produções, responsáveis por pesquisas históricas e documentário.

Esses objetos serão retirados do fundo do mar do acesso sul da Ilha de Santa Catarina até agosto, assim como um canhão de bronze com mais de três metros de comprimento, com data de fundição e outras inscrições, além de objetos menores, como fragmentos de cerâmica, pedaços de madeira, pedras de lastro que eram utilizadas para as embarcações não balançarem e projéteis de vários calibres.

O Projeto Barra Sul faz pesquisas no acesso marítimo sul da Ilha de Santa Catarina desde 2005, região considerada um verdadeiro cemitério de navios, pois fazia parte da rota das navegações – era o último porto de abastecimento antes do Rio da Prata.

De acordo com documentos históricos, o local, na época denominado Porto dos Patos, abriga, nas profundezas de suas águas , no mínimo oito naufrágios. “Quando eles adentravam a baía Sul para se abastecerem de provisões, eram surpreendidos com a geografia acidentada do leito marinho, com bancos de areia móveis, e muitas vezes pegavam até mesmo um inesperado vento Sul. Era um ponto crítico, muitas não conseguiam entrar no estreito canal de acesso sul da Ilha de Santa Catarina, e naufragavam”, relata Gabriel Corrêa, diretor do Projeto Barra Sul.

Assista a notícia no Jornal Nacional!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Por Dentro de um Submarino da II Guerra - USS Bowfin

USS Bowfin (SS-287) - The Pearl harbor Avenger
Vista da torre do submarino
Poucos de nós temos a oportunidade de realizar nossos sonhos de criança. Eu tive essa sorte. Filho de mergulhadores, minha infância girou em torno do mar e do mergulho. Filmes de submarinistas e com eles a II Guerra ilustravam minhas brincadeiras de criança com isso veio a curiosidade de desvendar o mistério do interior de um desses vasos de guerra submersíveis. Foi aos 25 anos de idade que realizei esse sonho ao visitar Pearl Harbor, no Havaí, EUA. Esta base militar localizada nestas ilhas paradisíacas foi palco de umas das mais ofensivas batalhas entre japoneses e americanos onde estes últimos foram massacrados. 

Vítimas do SS 287
No aniversário de hum ano desta batalha, em sete de dezembro de 1942 era lançado em algum lugar do território norte americano o submarino USS Bowfin, batizado de submarino da vingança. Seu palco de guerra seria na ásia para combater justamente os japoneses que destruíram Pearl Harbor em um ataque traiçoeiro. O Bowfin teve grande sucesso. Após nove patrulhas chegou ao final da guerra com uma contagem incrível de 39 navios mercantes japoneses, 01 francês que fazia parte de um comboio japonês, 04 navios militares também japoneses além de muitos outros danificados.

O autor no submarino
Hoje o USS Bowfin ou SS-287 faz parte do complexo histórico de Pearl Harbor e está aberto a visitação. É possível percorrer toda a extensão do submarino, desde a sala de torpedos de vante a até a ré. Está perfeitamente conservado e guarda vários objetos da época. As visitas não são guiadas, mas o visitante recebe um rádio ao pagar a taxa de $10 para entrar no sub que dá explicações (em inglês) sobre o que estiver vendo. É sem dúvida uma viagem no tempo.

Além de visitar o submarino, o ticket também dá direito a entrada no Museu de Submarinos do complexo. Nele estão vários objetos e relíquias da evolução dos subs a artefatos pertencentes a tripulação do Bowfin.

Assista agora o vídeo gravado no interior do submarino! 



domingo, 12 de junho de 2011

Estou perdido no fundo do mar, o que faço?

Desde o início, ainda no curso básico os mergulhadores aprendem que sempre devem mergulhar em duplas. Isto aumenta o coeficiente de segurança do mergulho pois se encontrarmos algum problema não estaremos sozinhos para enfrentá-lo. Na maioria das operadoras do Brasil os mergulhos também são guiados por instrutores ou divemasters experientes que supostamente conhecem a fundo os pontos de mergulho, formando assim grupos em cada mergulho. Portanto, além de mergulharmos em duplas também mergulhamos em grupos. 

Mergulhar em grupo se faz necessário principalmente quando o fazemos em recifes de coral que possuem poucos referenciais ou quando o fazemos a partir de embarcações ancoradas em um lugar fixo. No último caso ponto exato de descida pode ser o mesmo por onde retornamos à superfície, e nele fica amarrado um cabo de referencia para que os mergulhadores evitem nados desnecessários no caminho. Isso ocorre principalmente no Ceará onde os pontos de mergulho são encantadores até para os mais experientes mergulhadores mas apesar da vida marinha enfrentamos fortes correntezas e os mergulhos devem além de guiados serem realizados com disciplina.

Mas voce já se perguntou o que fazer caso esteja perdido do seu grupo de mergulho e não encontra o cabo de referencia? Ou pior, caso esteja perdido do grupo e do seu dupla?

Se voce se perde do seu grupo e sobe sem um cabo de referencia pode derivar por centenas de metros antes de chegar à superfície. Por este motivo o uso de dispositivos de sinalização de emergência são extremamente recomendados. Cada mergulhador deve portar pelo menos dois sinalizadores, um sonoro e um visual para chamar a atenção da embarcação caso suba muito longe.

Mas se voce estiver perdido mantenha a calma. Há o que fazer.

No Fundo
O procedimento padrão é procurar por cerca de um minuto na direção em que voce supõe estar o grupo, mas não esqueça de verificar sua reserva de ar. Enquanto voce estiver no fundo é fácil se orientar. Evite nadar aleatóriamente. Marque um ponto de referencia no limite da visibilidade na direção almejada e siga até ele, depois procure outro e outro. O que voce não deve fazer é continuar seu mergulho como se nada estivesse acontecendo. Siga o procedimento e após um minuto inície sua subida.

Na Subida
Durante a subida é o momento em que estamos mais vulneráveis a correntezas por não termos muitas referencias visuais. O procedimento local indicado pela equipe do Mar do Ceará é o seguinte: ainda no fundo pare em um local fixo e localize de onde vem a correnteza. Voce pode fazer isso facilmente observando para que lado seguem as bolhas explelidas durante a sua exalação, elas acompanharão o sentido da correnteza. Volte-se para a correnteza como se fosse nadar contra ela, em seguida identifique um ponto de referencia no fundo: pode ser uma esponja, uma pedra ou uma coloração diferente no fundo. Suba mantendo-se sobre o ponto que voce marcou e nadando lentamente contra a correnteza, apenas o suficiente para não derivar. Respeite a velocidade de subida e a parada de segurança. Quando a visibilidade permitir observe em que lado esta o sol, assim voce terá um segundo referencial quando não conseguir mais visializar o fundo.

Na Superfície
Assim que emergir infle seu colete e sinalize para o barco, para isso use seus dispositivos de sinalização. Caso não tenha um sinalizador se estiver usando uma nadadeira de cores vibrantes retire-a e erga-a para sinalizar. Se ninguém a bordo o avistar inicie o nado de volta para o barco, isto pode acontecer caso voce seja ofuscado pelo sol poente. Se a correnteza estiver muito forte nade perpendicular a ela, assim será mais fácil vence-la.

Se ninguém o avistar ou se não conseguir vencer a correnteza prepare-se para passar algum tempo no mar. Provavelmente durante a contagem sua falta será notada e o barco iniciará sua busca. Se voce estiver portando um sinalizador suas chances de ser encontrado aumentarão muito. Mesmo assim casos de mergulhadores perdidos no mar são frequentes no mundo (mas não aqui Ceará). Em Fernando de Noronha três mergulhadores passaram 48 horas perdidos no mar há alguns anos atrás. Para evitar perrengues como esse seja disciplinado e esteja preparado! Use sinalizadores voce saberá o seu valor quando precisar de um!

sábado, 4 de junho de 2011

O Naufrágio Bragança

Naufrágio Bragança, Pontal do Maceió, CE

Caranguejos no Bragança
O Bragança é um antigo conhecido dos moradores do Pontal do Maceió, em Aracati. Os mais antigos contam que há muito tempo este naufrágio aconteceu, e apenas algumas poucas testemunhas ainda são vivas. Foi em 1925 que este navio a vapor com uma caldeira bateu nos rochedos conhecidos como Pedra Grande na foz do Rio Jaguaribe. Segundo Clécio Mayrink do BrasilMergulho vinha carregado cum uma carga de bocharra que foi salva posteriormente.

O Naufrágio pode ser avistado
na maré baixa
A fauna parece saudável
Atualmente o naufrágio pode ser avistado na maré baixa onde parte de sua chaminé ainda resiste. No fundo não resta muito do já desmantelado navio. Sua única caldeira se mantém, assim como cabeços de amarração e estruturas do leme, carvenames e parte do costado. A variedade e o tamanho das espécies mostra a fauna marinha no local permanece saudável.

O mergulho deve ser bem planejado pois o naufrágio de encontra na foz do rio. Apenas durante a temporada de água limpa e ainda assim somente em alguns dias do ano este local apresenta boas condições de mergulho.