quarta-feira, 30 de abril de 2014

O que é a Arqueologia Subaquática das Guerras Mundiais?

por Paula Christiny
Arqueologia Subaquática . Foto: P3
Temas referentes a guerras têm um grande público, são vários sentimentos como dor, medo, fascinação que povoam a mente das pessoas a cerca de quando se fala acerca campanhas militares. Em virtude disso, videogames, sites, inúmeras publicações são feitas todos os anos com um novo aspecto de algum conflito. Muitas fazendo do mesmo um meio de entretenimento.

Tomando como exemplo a Segunda Guerra Mundial, constantemente vemos em bancas de jornal, livrarias ou na TV qualquer coisa referente a isso. Pode ser sobre o Nazismo, o Holocausto, a Bomba Atômica, a atuação dos EUA, a tecnologia armamentista, participação do Brasil no conflito e o que mais se possa imaginar. Mesmo diante de tantas publicações ainda existem muitos aspectos não elucidados acerca desse grande conflito. 

Curso de Arqueologia Subaquática
(Mar do Ceará /UFC/UFPI)
A partir da disso, arqueólogos estão dando sua contribuição para saber mais sobre Segunda Guerra Mundial. Quem pensa que Arqueologia só pesquisa tempos bastante remotos, está bastante enganado. Qualquer época pode ser estuda por essa ciência: que é definida como disciplina que estuda por meio de vestígios materiais, vários aspectos de vidas passadas. Ou seja, nada diz que só se estuda fosseis.

O fato é que muitas recentes descobertas arqueológicas e pesquisas históricas feitas em objetos não bem observados em outros estudos trazem novos conhecimentos importantíssimos sobre o tema. Em mar e terra arqueólogos estão trabalhando no sentido de trazer mais conhecimento sobre períodos belicosos. No campo da Arqueologia Subaquática são estudadas embarcações e outros artefatos bélicos afundados, que são riquíssimas fontes históricas e arqueológicas.

Feitas inicialmente por exploradores, Arqueologia das Guerras realizada nos mares era apenas a identificação e localização de restos de navios para descobrir as causas de naufrágios. Então surge como tema de pesquisa, a Arqueologia Subaquática das Guerras Mundiais que estuda testemunhos materiais de períodos belicosos, tentando abordar o lado social que nesses objetos, abordando aspectos culturais, sociais, econômicos, políticos, religiosos. Tal campo é profundamente frutífero devido gigantesco numero embarcações e aeronaves que foram sobraçadas nos tempos Guerras Mundiais. 

Nos anos finais da década de 80, e início anos 90 do século XX, o NHHC (Naval History and Heritage Command) da Marinha dos Estados Unidos desenvolveu as primeiras pesquisas em sítios de naufrágios formados por restos de navios da Marinha norte-americana e sítios de naufrágios e restos de aviões de seu país oriundos das Guerras Mundiais , sistematizando estudos arqueológicos subaquáticas sistemáticas nessa área .

Canhão de Popa do Navio do Pecém
torpedeado durante a II Guerra
Pode-se pensar que tais afundados ocorridos no período são protegidos por sua importância histórica, porém segundo a UNESCO apenas naufrágios com pelo menos um século são considerados patrimônio subaquático. Entretanto muitos naufrágios sem essa idade sofrem pela própria ação do tempo ou saques. Só para constar, aquele navio “pouco conhecido” chamado de Titanic, afundado em 1912, até dois anos atrás, antes completar 100 anos, segundo a UNESCO não poderia ser poderia receber o título de patrimônio subaquático. Fica a questão o naufrágio não teria importância histórica não mereciam ser protegidos e preservados?

Essa mesma indagação serve aos afundamentos do período da Segunda Guerra. Vamos ao caso do encouraçado alemão Bismarck, moderno navio de combate alemão, posto a pique pela esquadra inglesa do Atlântico em de maio de 1941. Ele fora um dos maiores exemplos das inovações bélicas da guerra e causador uma das maiores batalhas navais do século XX, sendo prioridade máxima da marinha inglesa afundar o Bismarck. Longe de completar um centenário o encouraçado não está nos moldes de patrimônio subaquático. Tal critério de seleção deixa naufrágios de grande significado vulneráveis aos caçadores de tesouros e a venda de espólios. Além disso, se faz necessária a mudança urgente da legislação o material de construção de alguns equipamentos bélicos como aviões são muito frágeis e durante a espera um século abaixo d’agua, pode sofrer a deterioração total.

Até pouco tempo atrás pouco se tinha sido feito para se saber mais sobre aspectos de naufrágios durante Segunda Guerra e outras do século XX. A Arqueologia das Guerras mundiais visa corrigir essa ausência e garantir a preservação desse patrimônio. Dessa forma, fazendo uma contribuição para que os sítios arqueológicos submersos referentes às Guerras sejam classificados como patrimônios culturais da humanidade.

USS Missouri, Navio-Museu em Pearl harbor
Nos Estados Unidos
Um exemplo de sucesso desse tipo de trabalho é o monumento criado em homenagem ao ataque de Pearl Harbor ocorrido na Segunda Guerra Mundial. No dia 7 de dezembro de 1941, a Marinha Imperial Japonesa fez um ataque surpresa contra os Estados Unidos, o alvo foi base de Pearl Harbor, localizada no Havaí, no Oceano Pacífico. Navios de guerra e outros alvos militares oram bombardeados por mais de 350 aviões japoneses, foram usados metralhadoras em alvos estratégicos e lançadas bombas perfurantes e torpedos contra encouraçados e destroieres. Foi um ataque muito bem sucedido, pois, as defesas estadunidenses não estavam preparadas para se defender.

Entrada do Centro Histórico
de Pearl Harbor. Foto: Marcus Davis.
Foram cerca de 2.400 americanos foram mortos no ataque e 1.250 ficaram feridos. Grandes danos sofreu a frota, ficaram danificando gravemente ou destruindo 12 navios de guerra, destruiu 188 aviões, que constituíam quase toda a frota de aeronaves em bases aéreas da área. Depois do ataque, o Japão aos Estados Unidos. No dia seguinte, Roosevelt assinou uma declaração formal de guerra contra o Japão. Dias depois, a Alemanha nazista e a Itália se uniram aos nipônicos e declararam guerra aos Estados Unidos. Esse episódio marcou profundamente os EUA e decretaram sua entrada a Segunda Guerra Mundial. Ele, ainda hoje, comove os estadunidenses que ainda lamentam e tratam o mesmo como uma enorme infâmia.

Visando homenagear as perdas em Pearl Harbor o sítio arqueológico e histórico de naufrágio formado pelos restos do encouraçado da Marinha dos Estados Unidos foi objeto de intensas pesquisas que culminaram na construção do USS Arizona Memorial. 

O USS Arizona era da classe Pennsylvania, construído em 1916, estava equipado com 12 canhões de 14 polegadas (356mm), deslocava 39.200 toneladas, atingindo 21 nós. Lutou na Primeira Guerra Mundial foi naufragado nos 15 minutos iniciais do ataque, ele foi atingido por diversas bombas de aeronaves que danificaram gravemente. Às 08h10min da manha, o bombardeiro japonês Nakajima B5N2 “Kate” lançaria uma bomba de 1.760 libras que penetraria em seu o encouraçado e depois explodiria causando uma grande explosão e um incêndio de dois dias e meio, tirando 1.177 vidas.



USS Arizona ainda sangra no fundo da baía de Pearl Harbor. Foto: Marcus Davis
No local onde o USS Arizona afundou foi construído um memorial em 1962 aproveitando a carcaça em honra a sua tripulação e até hoje o óleo do motor do navio sobe para a superfície. A estrutura do museu é em forma de ponte e atravessa o navio naufragado sem tocá-lo, sendo sustentada nas duas extremidades. Acessível somente por balsas, recebe mais de 1 milhão de visitantes anualmente. Em 1998 foi iniciado projeto de preservação do USS Arizona que busca a preservação dos restos do encouraçado, pesquisas se segue no naufrágio para se obter informações sobre o deterioração do. Tal projeto é uma alternativa de preservação para outros sítios arqueológicos de naufrágios, não se sabe ainda se a mais adequada. Mais do que a iniciativa de preservar, vale a de se pesquisar sobre esses afundamentos. Porém, o mesmo ainda se mostra cheio de desafios e questões, pois setenta anos depois do que ocorreu em Pearl Harbor, é possível ver o óleo que ainda vaza dos destroços do USS Arizona.

Mesmo com relevante papel no conflito, iniciativas na linha de pesquisa (Arqueologia Náutica, Marítima) que abrangem Arqueologia das Guerras Mundiais nos meios acadêmicos estão em estágios iniciais no Brasil. A mais relevante delas, feita pelo Ms. Otávio Arruda Porto traz resultados promissores. O autor apresenta uma significativa contribuição para a Arqueologia Subaquática Brasileira discutindo o estudo da Arqueologia das Guerras e a possibilidades da sua aplicabilidade no Brasil através do levantamento dos sítios de naufrágios da costa de Sergipe no período. Outros trabalhos estão ligados a Marinha do Brasil que produz e distribui texto nas áreas de história naval e tradições navais a maioria delas traz memória da participação da Esquadra Naval Brasileira em batalhas em águas territoriais brasileiras.


No Brasil

Um exemplo de pesquisas feitas sobre Arqueologia de Guerras no Brasil foi a expedição da família Schurmann e pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí que encontram, em julho de 2011, à profundidade de 135 m, submarino nazista U-513, afundado em 1943, na costa catarinense. Desaparecem com o U-boot 46 tripulantes, sobreviveram 7 entre eles o comandante Guggenberger. Era projeto da Família Schürmann, a partir da descoberta, explorar o seu interior. A Marinha brasileira, entretanto, em 2013, negou a licença para explorar o interior do submarino alegando que o mesmo era túmulo de guerra.

Navio inglês SS Baron Dechmond torpedeado a 30km do litoral do Ceará.
No Ceará 
Existem possibilidades amplas para esses estudos. Pode-se citar como exemplo o navio SS Eugene Thayer afundado pelo submarino italiano Pietro Calvi em tempos de guerra no litoral norte do Estado. Outro exemplo é o navio Baron Dechmont (Barão de Dechmont) torpedeado em 3 de Janeiro de 1943 pelo submarino alemão U-507 durante a II Guerra Mundial. Pretendo não me alongar muito no texto, então, quem quiser informações mais detalhadas elas estão aqui no site.

A Necessidade da Pesquisa
Salienta-se que essa pesquisa não se trata de apologia institucional e sim de eventos do cotidiano de homens e mulheres que estiveram presentes em momentos de crise. Artigos relacionados ao tema ficam restritos a publicações militares ou as especializadas em mergulho que fazem importantes trabalhos, porém têm menor circulação, restringindo o número de pessoas que tem acesso a esse tipo de informação. Muito do que se escreve sobre naufrágios vem de fontes oficiais quem em vários casos seguem o modelo da historiografia tradicional. Assim muito do que esses afundamentos podem nos dizer ficam omissos dentro dos relatos das histórias dos vencedores.

O que se buscou com esse artigo mostrar as possibilidades da aplicação da Arqueologia Subaquática das Guerras Mundiais. Por todo mundo existe uma grande diversidade de sítios arqueológicos de naufrágios de diferentes nações ainda sendo desprezados por sua juventude. Mesmo no Brasil, são quase que inexistentes tentativas de pesquisas nessa área.

Para saber mais:
Link dissertação Ótavio Arruda Porto:
http://bdtd.ufs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1377
Informações sobre o monumento de Pearl Harbor:
http://www.naturalhistorymag.com/htmlsite/master.html?http://www.naturalhistorymag.com/htmlsite/editors_pick/1991_11_pick.html

Site do U-513:
http://www.u-513.com/

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Curso de Mergulho Profundo PADI no Mar do Ceará

por Paula Christiny

Mergulhadores do Mar do Ceará Deep, Down, Blue!

Recentemente, tive a imensa alegria de me tornar mais uma autora do Blog Mar do Ceará. Então visando conhecer mais o projeto fui assistir a uma aula do curso de Deep Dive. Não fui com muitas pretensões, pois ainda sou uma criatura da terra, aspirante a mergulhadora, mas depois da aula só posso dizer uma coisa, citando MV Bill “O bagulho é doido”.

Confesso que todo o meu conhecimento de mergulho profundo se limita a leitura do livro Mergulho na Escuridão de Robert Kurson. Ele narra história verídica dois mergulhadores que encontram um submarino alemão da Segunda Guerra Mundial no litoral de New Jersey, sendo que o mesmo era desconhecido tanto pela marinha Americana quanto por historiadores e outros estudiosos do assunto. Não vou fazer uma sinopse do livro, já que aqui mesmo no blog já foi feita uma, basta procurar um pouco. Mas o que posso adiantar é que o livro durante os relatos do mergulho no naufrágio mostra tecnicamente o que é mergulhar em embarcações afundadas e em grandes profundidades. O livro me trouxe uma visão realista do que seria o Deep Dive, os riscos e os cuidados envolvidos, toda a preparação e os perigos da descompressão. Além disso, me deu uma noção legal do tema que ajudou bastante na aula.

Diante disso, o que leva uma pessoa a se interessar pelo Deep Dive? Posso garantir que é improvável que num desses mergulhos se encontre um tesouro em um naufrágio ou se ache outro submarino alemão, ou qualquer outra coisa. Motivos para desistir são muitos vou citar alguns. A água às vezes é bem hostil: fria, com correnteza e de menor visibilidade. A profundidade desses mergulhos já é arriscada por si só, traz uns efeitos complicados. Um deles é a narcose por nitrogênio, uma intoxicação semelhante a causada pelo álcool causada pelo efeito tóxico no nitrogênio no sangue em pessoas submetidas a mudança súbita de pressão, os sintomas são estado de embriaguez de euforia, raciocínio lento, sensação de dormência em extremidades do corpo, perda da visão periférica, podendo chegar até em alucinações, tudo isso a uns 40 metros de profundidade o que piora tudo. Já a doença descompressiva é perigosa e ocasionalmente letal, ela resultado de da formação de bolhas de nitrogênio no sangue e outros tecidos do corpo depois de um mergulhador ir muito depressa para superfície depois de um mergulho. 

Mas porque depois de tudo que eu falei ainda tem gente que deseja fazer o curso de Deep Dive? Sinceramente, eu que nunca mergulhei posso enumerar alguns deles. Lets go!
1. A oportunidade de ver coisas que muita gente vai passar a vida toda sem ver.
2. O desejo de se aventurar e testar seus limites no mergulho.
3. As muitas de experiências positivas e negativas do mergulho profundo vão te ensinar um monte de coisa até pra vida fora d'agua.
4. Os amigos que você fará, pois esses mergulhos devem ser feitos com dupla.
5. A chance de se divertir muito.
6. A interação com a natureza.
7. O melhor de todos: enquanto uns dizem que são os super aventureiros, você diz que é MERGULHADOR DE ÁGUAS PROFUNDAS, de uma vez você demonstra que é super destemido e muito mais aventureiro, não tem coisa mais chique.

Ir aonde poucos foram antes!

Não tem como reconhecer o quanto são especiais aqueles que buscam conhecer mais sobre o universo submarino, indo além dos limites seguros da profundidade, creio que isso mostra muito da pessoa, sobre seu caráter e personalidade. Mesmo sem ter ido até o azul profundo posso garantir que é fantástico.

Conversando com mergulhadores pude perceber o sorriso fácil daqueles que viram um mundo diferente depois, que exploraram o mundo subaquático. Depois daqueles momentos de conexão com a natureza, onde conheceram cores, formas, texturas e criaturas novas. Não são muitos que se atrevem ao contato tão próximo belo e arriscado ao mesmo tempo.

O mergulho conecta as pessoas com a natureza e as envolve em novas sensações e experiências. Transforma para sempre a percepção que se tem da vida. Fica a pergunta: como podemos retribuir esse presente que ganhamos. Os mergulhadores do Mar do Ceará procederam da seguinte forma, coletaram de linhas de pesca fantasma e outros resíduos encontrados no Parque Estadual da Pedra da Risca do Meio, tal iniciativa vai contra a degradação ambiental e poluição das águas, servindo de exemplo do mal que esses resíduos podem causar aos oceanos, à fauna marinha e às próprias pessoas.

Isso mostra que mergulho nos une com a natureza e essas novas sensações e experiências são capazes de nos transformar, são lições que ficam para sempre e mudam algumas das visões que temos da vida.

Para encerrar tenho que desabafar. Sabe o que é o pior de tudo isso? É que ainda não sou mergulhadora e ainda não posso ter todas essas experiências sobre as quais falei agora, mas em breve serei mais um peixe desse cardume.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Fauna Fluvial Cearense – Tilápia

Por Paula Christiny



Nome científico: Tilápia rendali, Oreochromis niloticus.

Nomes comuns: Tilápia, Cará.

Status internacional: Não Ameaçado.

Distribuição: Por quase todo o Brasil, introduzidas em muitos lugares através de peixamentos.

Habitat: Vive em águas paradas de lagoas e represas.

Tamanho: Pode atingir 45 cm de comprimento.

Peso: Até 2,5 kg.

Descrição: É peixe de escamas, com corpo um pouco alto e comprimido. Tem coloração de verde-oliva e prateada, com sombras verticais negras.

Dieta: Possui alimentação variada composta de insetos, microcrustáceos, sementes, frutos, raízes, algas, plâncton e pequenos peixes.

Curiosidades: Nativa da África, a Tilápia foi introduzida por volta do início dos anos 70 no Brasil. São criadas comerciante para alimentação humana, em virtude de sua carne ser bastante apreciada no país. No Açude Castanhão são cultivados em larga escala, dezenas de fazendas ocupam as margens do Açude com seus tanques-rede.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pesca com Ponteira Explosiva no Ceará

por Paula Christiny
Tiro com ponteira explosiva. Fonte: http://www.guns.com/


Em uma de suas expedições ao Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio, que está localizado no litoral do município de Fortaleza, a equipe do Mar do Ceará encontrou um cartucho de munição de espingarda calibre 12, conhecida pelo alto poder destrutivo. Este achado levanta a questão sobre o que ele estaria fazendo ali, já que, existem leis que têm como objetivo de proteger o local, uma dessas medidas proibiriam artefatos como esses no parque.
Cartucho calibre 12 encontrado no Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio

Depois de pesquisas na internet, pode se afirmar que a presença daquele cartucho prova que a modalidade de pesca com ponteira explosiva está acontecendo no Estado. Durante a pesquisa percebe-se que o assunto é tratado de forma indireta, sendo discutido apenas em fóruns relacionados à pesca ou sites estrangeiros. Tal prática, que é extremante nociva ao ambiente marinho, pelo visto, infelizmente, não é novidade em águas cearenses, como é citado nesse fórum:


Pesca com ponteira explosiva se trata do uso de uma ferramenta conhecida como ponteira ou powerhead presa ao arbalete de pesca com arpão, sendo que o cartucho é disparado junto ao arpão. Tais artefatos são utilizados originalmente na eliminação de grandes predadores como tubarões e jacarés.

O Powerhead. Fonte: http://www.guns.com/
Os powerheads estão disponíveis em grande variedade no mercado estrangeiro, principalmente no norte americano. Podem ser utilizados com munição de pistola, fuzil e espingarda de calibre 12, 22 e 357. No Brasil a venda é proibida, já que os mesmos se encaixam na categoria de arma de fogo, que são definidas por peritos como: engenhos mecânicos destinados a lançar projéteis, pela ação explosiva de gases oriundos da combustão da pólvora. 

É importante dizer que o uso do powerhead é crime, pois o Estatuto do Desarmamento criminaliza o transporte de munição, em desacordo com a lei ou regulamentação vigente. 

Estatuto do Desarmamento - Lei 10826/03 | Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin. 3.112-1)

Além disso, o IBAMA proíbe o uso de determinados engenhos explosivos na pesca, como está explicitado na lei federal 9.605, de 12 de fevereiro de 1998:

Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;

Mesmo assim, diante de leis que proíbem as práticas citadas, elas ainda ocorrem na região Nordeste, como nesse outro fragmento retirado da internet:



Encontrar uma prova da ocorrência deste tipo de atividade no Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio é alarmante. Ele é morada de complexos recifes de corais e outras espécies marinhas que compõe um verdadeiro paraíso para a vida marinha. Todo esse ecossistema é muito sensível e delicado, o parque foi criado visando preservar a fauna e a flora da área. Com a criação do espaço vieram uma série de restrições que buscam diminuir os danos causados pelos humanos, algumas delas tratam da pesca. Onde são proibidas as modalidades de pesca: com caçoeira; pesca submarina, seja com compressor ou arpão; pesca de arrasto; o infrator está sujeito às penalidades cabíveis. É permitida apenas a pesca artesanal e esportiva com linha e anzol. 

Relatos mostram o quanto um tiro com a ponteira pode ser nociva ao animal, isso quanto não põe outros pescadores em risco:

Depois do que foi dito ao longo do texto, fica claro os perigos da pesca com ponteira explosiva. O Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca é um frágil presente da natureza, onde qualquer intervenção pode trazer danos irreversíveis. Cabe a cada um que é seu usufrutuário ser um vigilante e um protetor daquele local.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Mara Hope há 30 anos

O Mara Hope era um navio cargueiro que encalhou em mares cearenses no início da década de 80 e até hoje permanece um marco paisagístico na orla cearense. Nesta foto de 1985 ainda é possível observar a Ponte Metálica. Foto gentilmente cedida por Rogério Nobrega.

1985. Foto gentilmente cedida por Rogério Nobrega.
Molecada que teve a oportunidade de brincar em seu convés! Foto cedida por Rogério Nobrega.

O hélice reserva.  Foto cedida por Rogério Nobrega.

A superestrutura já bastante danificada em 1988.  Foto cedida por Rogério Nobrega.
Nesta foto vemos um rebocador ancorado ao lado do Mara Hope.  Foto cedida por Rogério Nobrega.

Saltos do Mara Hope! Até hoje!  Foto cedida por Rogério Nobrega.

O incêndio em 1985.  Foto cedida por Rogério Nobrega.

A fotos contidas no site são propriedade de Rogério Nobrega e não devem ser reproduzidas sem autorização prévia do mesmo (rogerionobrega@hotmail.com)!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Dica de Filme: Pionér - Mergulho Profundo

Em breve nos cinemas um daqueles filmes de mergulho que irá entrar na história. Mergulho Profundo (título em português) conta a história dos pioneiros em mergulho profundo saturado no Mar do Norte realizando mergulhos a mais de 300m. Aguardamos ansiosos!