sábado, 24 de setembro de 2011

O Naufrágio do Iate Palpite ou seria o Iate Invencível?

Por Augusto César 

Em 1859 foi criada uma comissão com o objetivo de fazer um levantamento nas províncias do Norte do Brasil, para pesquisar sobre os recursos minerais, hidrográficos, botânicos e mais outros, que sob o patrocínio de Dom Pedro II, amante da ciência, foi denominada de “Comissão Científica Exploradora”.
            Iniciou no Ceará passando por Baturité, Guaramiranga, Ibiapaba, e, em Camocim, à partir da conclusão de seus trabalhos, formando assim um acervo de informações, onde supõe-se contratou o transporte desse material.
            Esta comissão foi motivo de grande discussão no Império, sendo inclusive chamada de “Comissão das Borboletas”, devido à controvérsia sobre o seu trabalho, pois existia que não acreditasse que daria certo.
            Composta por renomados profissionais de sua época, dentre eles, Gonçalves Dias, Barão de Capanema, o pintor José dos Reis Veloso, e depois objeto do trabalho de escritores como Gustavo Barroso, Renato Braga, Barão de Studart, o fato é que parte deste material para estudo foi á pique junto com o barco que o transportava.
            Imaginem se este barco pudesse ser encontrado no fundo do mar, com seus 150 anos; o que ainda resta, como seria identificado? Somando-se a isso a maior dificuldade, é a localização deste naufrágio. É quase impossível, certamente em função de nosso mar ele já deve estar bastante deteriorado ou até enterrado.
            Três anos após o início de sua viagem eles voltariam para suas casas. Contrataram para levar a carga o Iate Palpite ou o Iate Invencível - o Barão de Studart em sua obra Notas de Viagem, afirma que o Iate tinha o nome de Invencível, enquanto Gustavo Barroso, juntamente com outros autores afirmam ser o Palpite.
            Se foi o Palpite, sua derrota começou no porto de Camocim e iria até Fortaleza, se foi o Invencível, saiu de Aracati para Recife. Infelizmente a embarcação nunca chegou ao seu destino. Segundo alguns comentários à época, seu estado antes da partida era precário, o que pode ter motivado o acidente.
            À partir destas informações, tentaremos, pois já somos alguns, coletar mais dados para, que talvez um dia possamos encontrar este Iate. Podendo assim contar e preservar um pouco mais da nossa história.

Nota do Editor 
A Comissão Cientifica Exploradora que escolheu o Ceará para início de suas pesquisas foi responsável pelo fundação do primeiro observatório astronômico do Estado localizado no atual Morro do Croatá, próximo ao cemitério São João Batista. O Museu do Ceará lançou em 2009 uma documentação inédita sobre a expedição com escritos de alguns dos membros da Comissão Científica.

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